Miguel Moreira distinguido nos Prémios Egas 2015 Cinema
O realizador vareiro, Miguel Moreira, foi um dos cineastas portugueses distinguidos com os Prémios Egas 2015 Cinema, numa cerimónia que decorreu, na passada terça-feira, em Avanca, Estarreja.
Numa organização do Cine-Clube de Avanca, cineastas que em 2014 viram os seus filmes na selecção oficial de mais de cinco festivais internacionais de cinema que decorreram no estrangeiro, foram distinguidos na primeira edição do prémio que procura recordar, assinalar e distinguir os que, envolvendo a região, foram capazes de ter um sinal “mais” na produção cinematográfica local.
Artur Correia, Bernardo Cabral, Carlos Silva, Cláudio Sá, Helena Caspurro, João Costa, José Miguel Moreira, Luís Diogo, Luís Oliveira Santos, Marco Miranda, Maria Raquel Atalaia, Nuno Fragata, Patrícia Figueiredo e Pedro Carvalho de Almeida, foram os cineastas distinguidos na cerimónia que decorreu no Auditório da Junta de Freguesia de Avanca, na presença de presidente da Junta de Freguesia de Avanca, Isabel Pinto, em representação da Câmara Municipal de Estarreja, e Júlia Rocha, produtora executiva da Filmógrafo.
De entre todos, um destaque especial para o decano do cinema de animação português Artur Correia, cujo último filme “A Nau Catrineta” foi objecto de variadíssimas exibições. Nascido em 1932, Artur Correia foi o primeiro cineasta português premiado em Annecy, considerado como o maior evento do cinema de animação mundial.
Também com cinema de animação, cineastas como Claúdio Sá e o seu filme “Lágrimas de um palhaço”, Carlos Silva, Helena Caspurro e Pedro Carvalho de Almeida com “Navegar” e “Palui”, Maria Raquel Atalaia com “A minha casinha”, Nuno Fragata com “Só” e Patrícia Figueiredo com “Foi o fio.”, viram os seus filmes nomeados em competições de todo o mundo.
Luís Diogo com “Pecado fatal” foi o filme português de longa-metragem de ficção mais premiado no estrangeiro na história do cinema português em 2014, integrando a lista do TOP 10 do cinema lusófono. Na ficção, foram ainda distinguidos os cineastas Bernardo Cabral autor de “50 pesos argentinos”, João Costa com “X & Y”, José Miguel Moreira com “Falha do sistema” e Marco Miranda com “Prescrição”.
No documentário, Luís Oliveira Santos foi distinguido pela sua obra “A luz da terra antiga”.
Procurando pontos de convergência entre culturas, geografias e a região, no Cine-Clube de Avanca o cinema tem sido o mote para aproximar e concretizar projetos, explorações das artes e confrontar visões humanistas sem fronteiras.
Entre os que aqui trabalham, participam, projectam, coordenam, produzem, divulgam, constituiu-se um espaço crítico a que os Prémios EGAS 2015 Cinema procuram dar visibilidade aos melhores momentos que 2014 nos deixou.
Com o apoio do IPDJ, este evento contou igualmente com a participação e apoio de várias entidades e empresas locais.
“Falha do Sistema”
Se Hitler triunfasse como viveríamos hoje? Esta é questão prévia à narrativa ficcionada no filme “Falha do Sistema”, de José Miguel Moreira. Neste filme há uma sociedade controlada pelo Sistema, uma variante nazi do Big Brother que limita a privacidade dos cidadãos.
João tem um encontro amoroso com uma judia perseguida. O inspetor que vigia o par descobre que a mulher era Leonor…a sua neta. Os três papéis principais de “Falha do Sistema” são interpretados por Pedro Lamares, José Pinto e Gracinda Nave. O filme venceu o grande prémio de ficção do Farcume – festival de curtas-metragens de Faro e recebe agora mais esta merecida distinção.
Esta é a terceira curta-metragem de José Miguel Moreira, realizador a argumentista ovarense formado em produção e realização no ESMAE, Escola Superior de Música Artes e Espectáculo.