Nós, Jovens, Também Somos Agentes de Desenvolvimento! – Samuel Caetano Vilela*
O Parlamento Europeu e o Conselho da União Europeia proclamaram 2015 o Ano Europeu para o Desenvolvimento, sob o mote “O nosso mundo, a nossa dignidade, o nosso futuro”. No horizonte está 2030 e os novos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável, que sucedem aos Objetivos de Desenvolvimento do Milénio.
O termo “Desenvolvimento” pode ser usado nos mais diversos contextos e é alvo das mais variadíssimas interpretações, mas encontra-se eminentemente associado a uma ideia de futuro! A construção de um futuro mais próspero não é um exclusivo da juventude, mas os jovens serão, sem dúvida, os principais beneficiários do futuro que se pretende construir. É por este motivo que vemos como fundamental o reconhecimento dos jovens, enquanto importantes agentes deste processo de desenvolvimento.
A ONU já reconhece os jovens enquanto agentes de mudança social desde há várias décadas. Porém, são ainda muitos os obstáculos com que os jovens se deparam no que concerne a uma participação plena, efetiva e construtiva na sociedade. É neste sentido que o empoderamento dos jovens constitui uma das principais linhas de atuação do Conselho Nacional de Juventude, a plataforma que representa a voz da juventude em Portugal e que celebra 30 anos de existência em 2015.
Cremos que o empoderamento dos jovens é uma aposta que trará benefícios a longo prazo. No entanto, a ideia de que o empoderamento dos jovens consiste, apenas, em envolvê-los nos processos de discussão e tomada de decisão de políticas de juventude é redutora. Temas como a educação ou o acesso ao emprego digno surgem frequentemente como temas do interesse dos jovens. Contudo, negligenciar o papel dos jovens na discussão de outros temas, como por exemplo, a saúde ou a justiça, é negligenciar contributos que podem ser tão igualmente válidos e relevantes quanto os de outros atores sociais.
Por conseguinte, no âmbito da construção de um futuro que se pretende mais próspero, acreditamos que os jovens devem ser encarados como participantes plenos do processo de desenvolvimento e os objetivos estabelecidos para 2030 devem, assim, ser alvo de uma abordagem holística e transversal.
A participação dos jovens deve, contudo, ser encarada ela própria como um processo que necessita ser pensado e devidamente estruturado. São várias as iniciativas que têm vindo a ser desenvolvidas neste sentido e o empoderamento dos jovens tem sido um tema constante na agenda europeia. Ainda assim, como base deste processo de empoderamento, é crucial o aumento do investimento na educação formal, assim como o reconhecimento e a validação da educação não-formal.
Independentemente dos diferentes contextos socioeconómicos em que se encontrem inseridos, os jovens aspiram a uma participação plena, efetiva e construtiva na sociedade. Porém, para que tal seja possível, o desenvolvimento das capacidades dos jovens, nomeadamente do seu pensamento crítico, é fundamental. Jovens educados, sensibilizados, conscientes, autónomos e saudáveis serão sempre agentes positivos de mudança.
Um novo ímpeto à delineação e implementação de políticas e programas de juventude, a todos os níveis, irá influenciar positivamente as condições sociais e económicas e o bem-estar presentes, mas também futuros. Construir um futuro mais próspero é algo que implica todos e todas e nós, jovens, fazemos questão de participar!
*Samuel Caetano Vilela
Conselho Nacional de Juventude