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Novo Banco de Leite recolhe alimentos para bebés e crianças de famílias carenciadas

A recolha de alimentos e outros bens de primeira necessidade para bebés e crianças até seis anos constitui a missão do recém-criado Banco de Leite, que, logo no arranque, angariou 2,8 toneladas para Portugal e S. Tomé.

A estrutura foi criada pela associação de solidariedade social Amparo da Criança, que, tendo sede em S. João da Madeira, funciona em regime de voluntariado e segue o modelo do Banco de Leite de S. Tomé e Príncipe, dinamizado pelo frei Francisco Ventura.

“Conhecemos o frei em 2014, fizemos uma recolha de bens para S. Tomé e nessa altura apercebemo-nos de que fazia sentido ter o mesmo projecto em Portugal”, revela António Castanheira, presidente do novo Banco de Leite. “A pobreza tem aumentado e os recém-nascidos e crianças são sempre os mais vulneráveis, precisando de condições mínimas para se alimentarem e crescerem saudáveis”, realça.

A primeira recolha organizada pela instituição realizou-se em julho em cinco superfícies comerciais dos concelhos de S. João da Madeira, Feira e Oliveira de Azeméis, com a estrutura a reunir em dois dias 2,8 toneladas de bens. “Uns 70% seguiram logo para S. Tomé e o restante foi distribuído por cinco IPSS portuguesas”, informa António Castanheira.

As primeiras beneficiárias do projecto em território nacional actuam nos municípios de S. João da Madeira, Feira, Estarreja e Matosinhos, mas o presidente do Banco de Leite espera poder intervir em outros concelhos vizinhos.

“Estamos vocacionados para responder sobretudo a solicitações do norte do distrito de Aveiro e da Área Metropolitana do Porto, devido a questões práticas relacionadas com o transporte dos bens, mas, caso a caso, podemos estudar soluções para locais mais distantes”, declara.

A principal dificuldade que a estrutura enfrenta nesse domínio prende-se com a ausência de um armazém que possa funcionar como depósito oficial dos bens doados. “Temos um espaçozinho muito pequeno e isso está a ser um problema, porque também recolhemos artigos usados com alguma dimensão – carrinhos de bebé, material didáctico, etc. – e precisávamos de uma área maior, para guardar tudo e receber pessoas”, explica.

Leite em pó, leite substitutivo do leite materno, leite normal, farinhas lácteas, papas de frutas e outros sabores, flocos de cereais, iogurtes e bolachas são os donativos prioritários, a que se juntam depois ainda fraldas, toalhitas, produtos de higiene, material de puericultura, material escolar e artigos didácticos.

Quanto a artigos usados, a organização agradece também cadeiras de automóvel, berços, camas, banheiras, cadeiras de papa, parques, andarilhos e aquecedores de biberão, para além de vestuário, mobílias e brinquedos, entre diversos outros itens de utilidade quotidiana.

“Sabemos que para o Banco Alimentar Contra a Fome se gasta apenas 50 cêntimos num pacote de massa ou numa lata de salsichas, a pensar mais nos adultos, enquanto os artigos infantis são mais caros e não se podem dar na mesma quantidade”, reconhece António Castanheira.

“Mas os portugueses são muito sensíveis às crianças e, pelo que temos visto até aqui, acredito que vão ajudar muito esta causa”, conclui.

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