“O meu caso” encerra Festovar 2018
Farsa de José Régio é levada à cena pela companhia anfitriã, a Contacto
O Festival de Teatro de Ovar termina esta semana com a estreia de “o meu caso”, uma farsa levada a cena pela companhia anfitriã, a Contacto.
No Sábado, dia 24, pelas 21H45 no Auditório da Casa da Contacto sobe o pano para “O meu caso”, de José Régio, com encenação de Manuel Ramos Costa
A história, breve, começa no momento em que se inicia a representação de uma peça. Um “Desconhecido” entra em cena e afirma que vai revelar a todos “o seu caso”. De imediato se gera uma confusão em que o Empregado, que tentou impedi-lo de entrar, começa a pedir desculpa aos espectadores, alegando que o individuo está fora de si e que não foi ele que o deixou entrar. Mostra-se preocupado, teme ser despedido e, como passa muitas dificuldades e a mulher tem problemas de saúde, pede desesperadamente ao Desconhecido para sair.
Mas o Desconhecido tenta a todo o custo contar o seu caso, afirmando que o caso do Empregado não é nada senão banal comparado com o dele. Entretanto, entra em cena a Atriz que começa a desabafar dizendo que se sente indecisa entre dois homens, que embora diferentes a deixaram muito apaixonada.
Surge também o Autor, que se mostra surpreendido com a presença do Desconhecido e com a fúria da Actriz. Questiona-os. O Desconhecido está ali para contar o seu caso, «O caso do Homem». A Atriz por sua vez diz que tudo aquilo é uma palhaçada e que não quer mais apresentar o seu papel naquele dia. O Autor discorda dela e entram também eles em conflito. Um conflito que se estenderá a outros empregados do Teatro e aos espetadores, que virão também a fazer parte da tram(ói)a.
O entrecho desta peça é admirável em graça e em cor sem, no entanto, deixar de transparecer um ceticismo em relação à vida e à humanidade em geral e também em relação ao teatro e às suas misérias em particular.
Esta produção encerra a 25.ª edição do Festovar e será seguida de reposições a 1 e 8 de Dezembro no mesmo horário.