“O primeiro tapete de azulejo do mundo” – Salvador Malheiro
Quem visita a cidade de Ovar por estes dias sabe que tem, estendido, um tapete de azulejos à sua espera. A Praça da República, o Largo Mouzinho de Albuquerque (Praça das Galinhas) e o Largo Família Soares Pinto têm já azulejos dispostos em sequência no pavimento, sugerindo direcções e percursos.
Como se sabe, os azulejos são uma marca patrimonial e um elemento diferenciador que marca a imagem e a história do concelho. A expressão “Ovar, Cidade-Museu do Azulejo”, atribuída por Rafael Salinas Calado, resulta precisamente da quantidade e diversidade de fachadas azulejares datadas do século XIX/XX.
O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, quer “Ovar na linha frente” quando a Direcção-Geral do Património Cultural candidatar o azulejo português a Património da Humanidade. “É uma estratégia global de tornar Ovar ainda mais conhecido através do azulejo”. O edil, que está a meio do seu primeiro mandato, lembra o trabalho que é feito no atelier de restauro e conservação do azulejo e numa série de fachadas que estão a ser recuperadas, identificadas e certificadas e acrescenta “um novo motivo para que as pessoas possam vir ao centro de Ovar para visitar o primeiro tapete de azulejo do mundo, que seja do nosso conhecimento”.
Os azulejos ali colocados foram desenvolvidos exclusivamente para este fim, “com coeficiente de atrito e desgaste claramente acima do normal”, explica Salvador Malheiro, adiantando que a “obra ainda não está concluída e vai culminar com a recuperação do chafariz do Neptuno, um ícone da nossa cidade, que vai voltar a ter água e iluminação”.
Mas os tapetes de azulejo não foram apenas criados a pensar nos visitantes, também o foi para que os locais usufruam deles de uma forma inovadora. “O fim para o qual foram concebidos tem a ver com a dinamização do centro urbano, complementando-os com esplanadas, árvores, enfim, dar vida a estas praças que sentimos que estavam um pouco abandonadas”. “Queremos que voltem a ser o ponto de encontro das pessoas que cá vivem e que estas se sintam atraídas pelo centro urbano”, destaca.
Representando um investimento na ordem dos 100 mil euros, os trabalhos devem estar a funcionar em pleno no próximo Natal.
O autarca sublinha a sustentabilidade, a criatividade, a criação de condições para uma vivência cívica e cultural, um impulso para a economia, a valorização da identidade e de um património. “Esta é uma obra integrada no nosso plano estratégico em que a rua do azulejo visa, precisamente, dar o mote para que os particulares proprietários de uma série de edifícios desta zona, a precisar de recuperação, se sintam motivados para virem atrás deste investimento público, sabendo que há condições de financiamento extremamente interessantes”.
Neptuno com água e luz
No âmbito do mesmo projecto, o chafariz do Neptuno, no Largo Família Soares Pinto, também está a ser restaurado. Os trabalhos incluem a retirada das floreiras, rectificação das fissuras e a limpeza das cantarias. Está ainda prevista a revisão, recuperação e ligação do sistema hidráulico.
Assim, aos 430 metros quadrados de áreas pedonais azulejares com 2,4 de largura, em que cada azulejo tem uma dimensão visível de 20 por 20 centímetros e uma espessura de 11 milímetros, acrescenta-se o arranjo de um monumento icónico da cidade, o chafariz do Neptuno.
O presidente da Câmara Municipal de Ovar, Salvador Malheiro, garante que a obra só se dará por concluída quando a recuperação do chafariz do Neptuno, um ícone da nossa cidade, estiver concluída. Quando isso acontecer, ele vai voltar a ter água e iluminação”. (ler artigo in Diário de Aveiro)