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“Olaria 3.7” no palco da Escola de Artes e Ofícios

A Câmara Municipal de Ovar avança para “Olaria 3.7”, a terceira exposição temática de sete que estão previstas sobre Artes e Ofícios tradicionais. Dando sequência ao ciclo de exposições temáticas, iniciado em 2014, relacionadas com as artes e ofícios tradicionais do concelho, depois da cordoaria e a tanoaria é apresentada, agora, uma mostra sobre a olaria, mais uma vez, tendo como palco a Escola de Artes e Ofícios.

A inauguração desta exposição aconteceu este sábado, precedida da apresentação do Catálogo “Tanoaria 2.7”, por António Marques da Silva (Museu do Papel Terras de Santa Maria).

As fontes documentais permitem comprovar que em finais do século XVII a arte da olaria foi exercida no território do concelho de Ovar. No século XIX os principais núcleos de produção de olaria estavam localizados, essencialmente, em Válega e Ovar, próximos dos principais “barreiros” do concelho, de onde era extraído grande parte do barro para fabrico de cerâmica.

A qualidade da produção, as tipologias das formas, a decoração das peças e a característica tonalidade vermelha da cerâmica vão ser alguns dos atributos conferidos à olaria da região de Ovar. Cada um dos núcleos de produção especializou-se numa determinada tipologia de cerâmica: o lugar da Regedoura, em Válega, na produção de telha, a “Villa de Ovar” na cerâmica utilitária e materiais de construção.

Até à II grande Guerra Mundial, as unidades de produção do território do concelho de Ovar forneceram cerâmica para a grande maioria das feiras e mercados distribuidores da região.
A partir da segunda metade do século XX, com a forte concorrência das unidades industriais localizadas no grande Porto e na zona sul do distrito de Aveiro, e, por outro lado, a manutenção dos processos tradicionais de fabrico, pouco mecanizados e de fraca rentabilidade, instigou o encerramento abrupto das unidades de produção de Ovar, levando à sua extinção em finais dos anos 80.

Actualmente, sobrevivem alguns resquícios de produção artesanal desta arte ancestral, ajustados ao gosto e às técnicas de produção contemporânea.

Conquanto a memória desta actividade continua presente nos ovarenses. Por isso, tendo em vista a preservação de uma herança de séculos da arte tradicional de moldar o barro, nesta exposição, evocam-se memórias passadas e dão-se a conhecer as técnicas e os instrumentos usados neste ofício que, além do seu cariz económico, representou, sobretudo, uma forma de vida.”

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