Ovar também vai calcular a sua Pegada Ecológica
CIRA lança programa da Pegada Ecológica nos 11 Municípios
A CIRA – Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro aprovou, na reunião que decorreu em Ovar, a implementação de um projecto em parceria que lhe permitirá obter a Pegada Ecológica dos 11 Municípios que a constituem, numa operação pioneira em Portugal.
O projecto visa recolher informação para que os decisores políticos possam tomar as medidas necessárias do ponto de vista local, regional e nacional. Dentro de dois anos, em 2021, usando uma calculadora individual, vamos saber o peso que cada um de nós coloca na biocapacidade da região e do planeta.
Este é um novo passo em termos de políticas ambientais e que vem dar um novo contrbuto ao se vem fazendo ao longo dos últimos anos. No entanto, o aumento do consumo e da população faz com que o problema se esteja a agravar. É, por isso, fundamental que os Municípios se preocupem com aquilo que é o seu impacto para que depois cada um de nós possa tomar as medidas necessárias.
A CIRA será a primeira região a avançar com este projecto, a nível nacional, numa parceria com Global Footprint Network (GFN), responsável pelo conceito da Pegada Ecológica e pela realização dos respectivos cálculos, ao ter consciência de que, cada vez mais o desafio da sustentabilidade está associado à escala local das cidades, onde em 2050 estará a viver cerca de 70% da população mundial.
Assim, lançou um programa global de cálculo da pegada da cidades e regiões, em parceria com a UA e a Associação Zero – Associação Sistema Terrestre Sustentável.
Este instrumento de avaliação ecológica é uma ponte entre a ciência, a política e a economia para mudar a maneira como o mundo gere os seus recursos naturais e cria um futuro sustentável.
Paulo Magalhães, da Associação Zero, explica: “Todos nós temos a ideia de que andar de carro tem mais impacto do que andar a pé, por exemplo”. Mas outra coisa é “ter um instrumento onde se pode contabilizar as vezes por semana que se come carne, ou que se anda de automóvel e reduzir”. Depois de termos os números, vamos decidir, por exemplo, “hoje não vou não comer carne e vou a pé para o trabalho e como isso vai fazer uma diferença enorme ao fim de um ano, na minha pegada ecológica”. Portanto, uma coisa é ter a ideia e outra é fazer os cálculos, verdadeiramente. “Eu só comecei a mudar o meus comportamentos a partir do momento em que calculei, fiz as mudanças e verifiquei os resultados”, admite.
O que se vai fazer nos 11 municípios da CIRA é apurar o índice da pégada em cada um deles, contando para o efeito com uma calculadora instalada no site de cada autarquia onde estarão publicados os resultados do estudo.
Estes resultados vão depois informar um amplo conjunto de políticas, que vão desde os transportes, à construção de infraestruturas e ao desenvolvimento do parque habitacional, para determinar quais as propostas e acções menos impactantes. “Uma boa decisão precisa de uma boa informação”, reforçou Paulo Magalhães.
Por outro lado, a CIRA será a primeira região a ter resultados do cálculo da sua capacidade bioprodutiva contribuindo para o balanço daquilo que a sua população produz e consome e verificar se esse balanço é positivo ou negativo.