Opinião

Ovar, um “lugar repousado” – Por Teresa Beirão

Eça de Queirós, o nosso realista, assinalou que, na ficção de Júlio Dinis, o campo era um lugar onde se ia “respirar”. Abel Barros Baptista refere que os leitores dos livros deste escritor, ainda romântico mas já a abrir caminho ao realismo, vão sempre à procura de “lugares repousados”.

É assim nos Fidalgos, na Morgadinha e nas Pupilas, e estas levam-nos suavemente pela mão até Ovar. Aqui se chega de muitas maneiras, de carro, de comboio, talvez até de barco, e por muitos caminhos – os caminhos do “Noroeste Global” e os caminhos do “Portugal no Centro”.

“Perto de tudo”, entre Aveiro e Porto, com a força da sua indústria transformadora, mas também do seu campo, da sua floresta, do seu mar e da sua ria, como é este concelho? E como poderia ser?

>         Face à primeira questão, foi tentada uma breve análise dos dados concelhios face aos enquadramentos i) NUTS III, Região de Aveiro, ii) NUTS II, Região Centro, iii) NUTS I, Continente, e ainda Portugal.

Percorreram-se aspetos de Demografia, Educação e Sociedade e algumas curiosidades do Setor Monetário e Financeiro. Atentou-se um pouco em indicadores sociais e algumas informações sobre a actividade económica.

Neste particular, procurou-se “espreitar” um pouco o que se passa nas diferentes freguesias.

Através de oito indicadores construiu-se um quadro de contextualização do concelho na NUTS III, o qual patenteou o seu importante contributo para a “abertura ao exterior” da Região de Aveiro.

> Face à segunda, e como hipótese analítica que poderá ser o início de todo um outro desenvolvimento, repetiu-se a contextualização com base nos mesmos oito indicadores, mas agora no que respeita à NUTSIII, Área Metropolitana do Porto e NUTS II, Região Norte.

Este estudo é um pequeno contributo para a análise e discussão do tema “A Ferrovia e Ovar: oportunidades e ameaças”.

Que as evoluções futuras permitam a Ovar muito progresso, mas que lhe não retirem o encanto dos “lugares repousados” onde gostamos de viver.

 

Texto da responsabilidade de (*) Teresa Beirão, economista e membro da PLATAFORMAcidades; grupo de reflexão cívica. Contacte-nos [email protected]

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