A Ovarense precisa que a Florgrade perca pontos nas jornadas que faltam para almejar chegar à liderança.
Este domingo, precisa vencer na receção ao Espinho e esperar que o Esmoriz alcance um bom resultado frente aos corticeiros.
E para fazer o gosto ao pé ninguém melhor que Wesley, atacante do Esmoriz que conta 14 golos apontados. Natural de Cubatão, terra de craques como Adiel, internacional jovem pelo Brasil, Waguininho, campeão da Série B brasileira e vencedor da Taça da Coreia do Sul, ou Alex Tank, que deu nas vistas em Portugal pelos golos que marcou pelo Canelas 2010, Wesley faz por ser merecedor, também ele, do estatuto de embaixador futebolístico daquele estado de São Paulo.
Desde que chegou a Portugal, em 2021, nunca marcou tantas vezes como na atual temporada. Aos golos junta ainda seis assistências, números de respeito em qualquer lado. “Conforme o tempo passa, vamos amadurecendo e evoluindo. Esta é a minha melhor época em Portugal e espero ter melhores números na próxima, esteja onde estiver. Quero tirar de mim o meu melhor, sempre”, confidencia.
Aos 28 anos, ainda não perdeu a esperança em “chegar a clubes grandes e à 1.ª Liga, seja aqui ou noutro lugar”. Foi precisamente isso que o levou a aventurar-se no nosso futebol, há já quatro anos. O Fiães SC, seu adversário no último fim de semana, “foi a porta de entrada da Europa” e por ele fica um sentimento de “gratidão”, admite.
Só que, assim que a bola começa a rolar, todos esses sentimentos ficam em segundo plano, ofuscados pelo desejo de vencer. Na Barrinha, o SC Esmoriz perdia por 0-1 ao intervalo, levando o seu treinador, Pedro Alves, a jogar uma cartada decisiva, lançando no jogo o seu principal marcador, Wesley.
“O ‘mister’ acabou por não me colocar como titular, mas sabia que podia entrar a qualquer momento e resolver a partida. Antes de entrar, ele disse-me: ‘meu menino, faz o que sabes fazer, que é jogar futebol com alegria’. Agradeço-lhe por confiar sempre em mim”, conta o avançado.
Entre os minutos 47 e 49, o SC Esmoriz deu a volta ao marcador, com um golo de Wesley, de penálti, e outro de Ayomide Ogungbe, a passe do brasileiro. Da bancada, não tardaram os festejos dos adeptos, que até já criaram uma música em honra de Wesley. “Só temos de retribuir o carinho que eles nos proporcionam. Se o jogador tiver o apoio da ‘torcida’, isso vai ajudar bastante. É o maravilhoso no futebol”, confessa.
Fã de Ronaldinho Gaúcho, já chegou a trabalhar na construção civil, em Portugal, como complemento ao futebol. “Vim em busca de algo melhor. Acabei por ter uns bons saltos, mas o futebol é assim. Temos de continuar a trabalhar”, diz, enquanto traça os objetivos do SC Esmoriz para o que falta jogar esta temporada: “É continuar rumo ao objetivo, o quarto lugar no campeonato e sermos campeões da Taça (de Aveiro). Temos de manter o foco”.
