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Pão-de-Ló atrai novos clientes apesar da Páscoa “menos farta”

Em Ovar é difícil conhecer a situação geral dos 12 fabricantes do Pão-de-ló porque a respectiva associação de produtores não atende o telefone. Segundo a agência Lusa, o site da organização remete para um telefone que já não lhe está atribuído, pelo que a atual proprietária do número indicado atende a chamada já com o recado pronto: “Eles já deviam ter mudado o número, mas nem o alteram nem atendem quando alguém lhes liga para o outro telefone”.

É assim Alda Almeida, proprietária da Casa das Festas, quem acaba por contar como a pandemia lhe mudou o negócio. Desistiu dos envios por correio porque “só dão problemas e o produto não chega ao cliente em condições”, mas, em contrapartida, durante o cerco sanitário de 2020 começou a fazer entregas ao domicílio e tem corrido tão bem que o passa-palavra lhe garantiu “muitos clientes novos”.

Defendendo que “qualquer vareiro que se preze tem sempre à mesa da Páscoa um pão-de-ló de Ovar ou pelo menos uma rosca doce”, a empresária está optimista: “Vou atingir os valores de 2019. Vai ser tudo para clientes locais, mas acredito que vai compensar pela vida que tenho levado com o meu marido, os dois aqui sozinhos, sempre presos a trabalhar”.

Contactados outros dos 12 estabelecimentos certificados para confecionar pão-de-ló de Ovar, a fabricante Rosa Rodrigues tinha o telefone desligado, um funcionário da casa Sereia de Ovar recusou a entrevista porque o dono “está ao telefone” e a proprietária da Padaria Pá Rita fez o mesmo “porque é a semana da Páscoa”.

Só Manuel Cardoso, sócio da casa Pão-de-Ló Cardoso, se mostrou capaz de falar enquanto trabalhava. Disse que o negócio não está muito famoso, mas vai ser “um bocadinho melhor este ano do que em 2020”; contou que continua a privilegiar a venda ao balcão e através de um grupo restrito de revendedores porque à gerência “não sobra tempo para tratar do comércio online”; e também apoiou o argumento de que os preços não podem ser alterados “porque então as vendas ainda iam ser piores”.

Aspetos positivos só aponta dois: apesar de se perder dinheiro, a pandemia ajudou a abrandar o ritmo, permitindo “que se trabalhe melhor e se tenha mais tempo para a vida pessoal”; e, venha o que vier, o pão-de-ló vareiro continua a saber bem “de todas as maneiras”, à fatia ou à colher, simples ou mexido com queijo amanteigado, regado “com vinho fino, com vinho de mesa, com whisky ou com vodka”.

“Desde que o acompanhamento tenha álcool, o Pão-de-ló de Ovar cola bem com tudo!”, garante o pasteleiro.

Alexandra Couto

Ler artigo completo in Noticias ao Minuto.

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