Pão de Ló “Celeste d’Ovar” sai da certificação
A produtora do Pão de Ló “Celeste d’Ovar” informou, esta sexta-feira, que decidiu suspender a utilização das marcas de certificação (selo de Indicação Geográfica Protegida – IGP) por tempo indeterminado.
Em causa está a utilização de ovos pasteurizados que, na opinião de Gabriela Ribeiro, põe em causa a qualidade do produto. “Sempre deixei claro que se a utilização de ovos pasteurizados fosse permitida na confecção do nosso tão prestigiado produto, o Pão de Ló de Ovar, a minha marca não continuaria no processo de certificação”.
A doceira ovarense nota que “suspender a utilização dos selos não significa que abandone a certificação, pois tenho esperança que uma solução seja encontrada”. Na prática, pretende que essa informação “venha bem explicita na caixa ou rótulo do produto em questão”.
Instada a comentar a decisão, a Associação de Produtores do Pão de Ló de Ovar (APPO) explica que a produtora em questão já havia manifestado reservas aquando da votação para a utilização de ovos pasteurizados na confecção do doce. “A Gabi absteve-se, enquanto todos os outros votaram favoravelmente”, recorda Rui Catalão, presidente da APPO, que frisa, no entanto, ter ficado “decidido que era preciso provar que os ovos utilizados seriam da região de Aveiro, prova que ainda aguardamos”. O dirigente informa ainda que “serão feitas análises para atestar que a utilização de ovos pasteurizados não afecta a qualidade do produto”, assegurando que “até hoje, o Organismo de Controle não viu qualquer impedimento ou inconveniente nenhum”.