- Novo episódio do podcast Vidas – Samanta Candeias, mãe de dois jovens com Esofagite Eosinofílica conta como o apoio familiar e multidisciplinar médico são essenciais numa condição complexa que pode ter um impacto significativo na vida dos doentes. O diagnóstico precoce, o tratamento adequado e o acompanhamento médico regular são essenciais para controlar a doença, aliviar os sintomas e melhorar a qualidade de vida.
No Dia Mundial da Esofagite Eosinofílica, que se assinalou pela primeira vez no dia 22, o podcast Vidas lança um novo episódio sobre uma doença silenciosa que transforma o simples ato de comer num verdadeiro desafio. Samanta Candeias, mãe de dois jovens diagnosticados com esta condição inflamatória crónica, partilha a sua jornada familiar na gestão de uma doença que afeta o esófago e compromete significativamente a qualidade de vida dos doentes. “Tentei sempre normalizar a doença, apesar de não lhe retirar a importância que merece”, revela Samanta, destacando como a ansiedade e a frustração são companheiras constantes de quem vive com esta patologia ainda pouco conhecida pelo público em geral.
Samanta Candeias
Mãe de dois jovens com Esofagite Eosinofílica e convidado do Podcast Vidas
Os meus dois filhos, atualmente com 19 e 15 anos foram diagnosticados há alguns anos com Esofagite Eosinofílica. Os dois têm doenças e problemas relacionados com o sistema imunitário, nomeadamente asma e dermatite atópica. Esta é uma condição que suscita bastante ansiedade no sentido de ser difícil de compreender como está a evoluir. Os sintomas não são tão imediatos como por exemplo uma reação alérgica. Pensamos que estamos a fazer tudo bem, a ser rigorosos com a alimentação, a dar a medicação correta, a introduzir os alimentos aos poucos, a fazer as restrições necessárias. No entanto, ao realizar um exame constatamos que a condição piorou. Cada ida ao médico pode gerar uma frustração. Acima de tudo, ensino aos meus filhos que têm de ser pacientes e adquirir ferramentas para lidar com a frustração.
Em 2025 assinala-se pela primeira vez o Dia Mundial Esofagite Eosinofílica, uma data que tem como objetivo sensibilizar doentes, profissionais de saúde e a sociedade para aumentar a conscientização sobre a EoE. Esta doença é muitas vezes desvalorizada e os seus sintomas são confundidos com os de outras patologias. Um diagnóstico correto e atempado é determinante e essencial para controlar e aliviar os sintomas, reduzir o risco de complicações, a progressão da doença e melhorar a qualidade de vida das pessoas com EoE.
A Esofagite Eosinofílica (EoE) é uma patologia crónica, progressiva associada à inflamação tipo 2 que se pensa ser responsável por danificar o esófago e prejudicar a sua função. A incidência da EoE está a aumentar a nível mundial e é atualmente, a doença esofágica mais comum e com maior prevalência em crianças e jovens adultos, bem como em indivíduos com história alérgica, como a asma, rinite alérgica e dermatite atópica. A EoE pode ter um impacto grave na capacidade de uma criança comer, estando entre os sintomas mais comuns azia, vómitos, desconforto abdominal, dificuldade em engolir (disfagia), diminuição do apetite, podendo levar a subnutrição e afetar o normal crescimento e desenvolvimento.
Adicionalmente, a EoE pode gerar outros problemas a nível psicológico e social pois os doentes podem começar a evitar alimentar-se devido ao medo dos sintomas, nomeadamente de se engasgarem e criar quadros como ansiedade, depressão e isolamento social.
Os ajustes alimentares fazem parte do tratamento para a EoE junto com terapêutica farmacológica. Em situações onde não há resposta ou a mesma é inadequada está disponível uma opção de tratamento biológico aprovada a nível europeu. Para mais informações deverá contactar um médico especialista.
O podcast Vidas, que conta agora com 14 episódios, é o primeiro podcast português a focar-se exclusivamente em entrevistas a doentes e aos seus familiares para que estes possam partilhar as suas histórias.
Todas as vidas têm uma história. Conheça melhor a história de Samanta Candeias no Youtube ou no Spotify.
