Opinião

Porque o dia da Mulher é todos os dias! – Por Sérgio Lamarão Pereira

Espero por si há tanto tempo! Sem a sua amizade e sem o seu amor sinto-me incompleto. Um puzzle no qual se encontra uma peça em falta.

Não estou só, pois transporto-a em pensamento. Faz-me recordar a manhã, esse nascer ou renascer do mundo e reavivar dos seres. Faz-me recordar esta transmutação e transitoriedade onde me encontro. Penetro no seu mundo e tudo dentro dele é vida, movimento, sedução. Interfiro assim noutra dimensão; na sua natureza.
Provavelmente, sem o imaginar, veio trazer uma clarividência e consistência ao meu intelecto, uma matização de sensações aos meus sentidos. Há muito tempo que não me sentia assim, não me deliciava com os tons, os odores e os sabores da vida. Veio preencher com cores uma parte de mim neste meu caminho longo e não raras vezes solitário. Sou um esteta, é a minha obra-prima.

O seu cabelo levemente claro (qual seara doirada e trigada pelo Sol), os seus olhos discretos mas profundos e incisivos, e a sua pele caucasiana remetem-me para um claustro de deleite. Delicada como a paz, como um toque. Delicada como a brevidade, delicada como as palavras, como o respirar. Delicada como o canto de um pássaro, como o vento, como a neve. Delicada…

Sem si, sem a sua amizade, o seu carinho e o seu amor, sinto-me sem pátria e sem nação. Sinto-me definhar perante um mundo absurdo e sem respostas, injusto e sem amanhã. Uma sociedade de Pilatos e Fariseus. Sinto-me um estrangeiro, um estranho na minha própria vida, um ator secundário na minha própria encenação. Adquiro o conceito de belo a partir de si, da sua imagem, da sua imensa beleza, da sua presença e insistência. Estou no mundo, sou um ser do mundo, do meu mundo e do seu mundo.

Os anos passaram e demorei imenso tempo a encontrá-la. Os meus olhos choram de alegria, hoje, que a descobri. As suas palavras transmitem-me alegria e impulsionam-me a continuar esta viagem onde a minha vida se reflete através de constantes introspeções.
Não consigo dizer nada que já não saiba, nada que a surpreenda e que não espere. Necessito, apenas, confirmar neste simples papel branco o que sinto por si.

Temos muito tempo pela frente, um dia de cada vez, mas muitas experiências por partilhar. Sou um caminhante, é a minha viagem. Cada dia que passa penso em si, respiro por si, sou… por si.
A arte define-se em tudo o que escrevo! Eu sou arte, você é arte. Eu sou a porta que a abre ao meu mundo, sou o ser que em si se revela, que por si se manifesta. Arte única e irrepetível, afinal como a verdadeira arte. Inspira-me e eu para pensar necessito de a pensar, para pensar o presente tenho que a ter presente, para partir em viagem tem que me acompanhar. É a personagem principal nesta minha representação da vida, nesta minha prosa poética onde sou o filósofo artista.

Empreste-me os seus olhos para contemplar o que de belo existe.

Sérgio Lamarão Pereira

Texto de Sérgio Lamarão Pereira, originalmente publicado pela Chiado Books, III Volume da Coletânea de Cartas de Amor, intitulada “Três Quartos de Um Amor””.

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