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Produtores pecuários marcam marcha de tractores entre Ovar e Aveiro

A associação de lavoura de Aveiro convocou para sexta-feira uma marcha de tractores na Estrada Nacional 109, que liga Ovar a Aveiro, para exigir medidas nacionais de regulação do mercado, sobretudo atendendo ao fim das quotas leiteiras na União Europeia.

“O fim das quotas leiteiras é uma desgraça para os produtores, tendo em conta que não houve da parte dos governos medidas em defesa da produção nacional”, disse à Lusa Albino Silva, da Associação da Lavoura do Distrito de Aveiro (ALDA).

Para o dirigente da ALDA, o fim das quotas leiteiras representa “a liberalização total do sector e o leite proveniente de outros países vai encher o mercado nacional”, comprometendo a viabilidade das explorações, que estão “numa situação altamente aflitiva e complicada”.

Na Beira Litoral, que, a par do Minho, é uma das principais bacias leiteiras do país, já existiram cerca de 30 mil explorações, mas segundo os cálculos da ALDA actualmente devem subsistir apenas 1.500.

“Os preços pagos à produção estão ao nível de há 20 anos e não acompanharam o aumento dos factores de produção, como o gasóleo e a electricidade, as rações e os impostos, entretanto criados, que esmagam as explorações nacionais”, denuncia Albino Silva.

Pelo caminho encerraram muitas explorações por não terem dimensão ou não conseguirem cumprir as novas exigências de sanidade animal, mas nem a concentração de animais em zona de minifúndio põe a salvo os produtores com maior capacidade de resistência, face à concorrência que se avizinha, acrescentou.

“Se o Governo não tomar medidas é uma desgraça total. Mete cá leite quem quiser, o que naturalmente prejudica a nossa produção, e estamos a falar de pequenas e médias [explorações], mas também de explorações com 100 cabeças de gado e mais, o que não é nenhuma brincadeira”, antevê Albino Silva.

Numa acção de protesto apoiada pela Confederação Nacional de Agricultura (CNA), os tractores vão sair de Válega pelas 10 horas de sexta-feira, rumo a Aveiro, numa luta que é também contra a “ditadura comercial, exercida pelos hipermercados que fomentam as Importações e esmagam em baixa os preços à produção nacional e contra os “custos especulativos dos factores de produção, muito por causa da pesada carga fiscal que lhes tem sido aplicada nos Orçamentos de Estado”. (Lusa)

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