PS: Suspensão do Plano de Gestão Florestal do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar

Os vereadores do Partido Socialista de Ovar, perante a proposta apresentada para a suspensão do
Plano de Gestão Florestal, constatam que esta levanta sérias dificuldades de interpretação e expõe,
de forma inequívoca, a total impreparação de quem jamais deveria ter assumido responsabilidades
autárquicas. Uma impreparação que, ironicamente, se torna agora um problema adicional para a
própria gestão do PSD, que fica refém da sua falta de rigor e competência.
Para que não restem dúvidas, especialmente à senhora vereadora e ao PSD, os vereadores do
Partido Socialista propuseram à Câmara Municipal de Ovar a deliberação de suspensão do Plano de
Gestão Florestal do Perímetro Florestal das Dunas de Ovar, na qualidade de proprietário e entidade
central na sua elaboração. Essa deliberação permitirá, então, solicitar ao ICNF e ao Ministério do
Ambiente a efetiva suspensão e revisão do Plano de Gestão do Perímetro Florestal das Dunas de
Ovar, como é da sua competência. A cada um, as suas responsabilidades.
A senhora vereadora entrou “muda” e saiu “calada” da reunião de Câmara, não fazendo sequer
qualquer declaração de voto, que mais não fosse, a dizer o que posteriormente alguém,
provavelmente, lhe ditou e colocou por escrito para a comunicação social.
Estranhamos ainda, que alguns queiram transferir para a Assembleia Municipal, as ações sobre o
Plano Florestal quando no passado a negociação, a elaboração e a implementação deste foram
assumidas pelo órgão executivo em permanência, ora liderado por Salvador Malheiro, ora por
Domingos Silva.
Este esclarecimento constitui uma exceção. Não será certamente desejável, nem dignificante, passar
o mandato a explicar o básico a quem revela não ter os conhecimentos e competências necessárias
para o exercício de um cargo público desta importância. Ainda assim, e apesar deste início pouco
promissor, desejamos sinceramente que o mandato consiga melhorar na gestão PSD/Lígia Pode.
Ainda vamos a tempo.
Por seu lado, o Partido Socialista apresentou, na última reunião de Câmara, pelos vereadores Emanuel Oliveira, Fernando Camelo de Almeida e Eva Oliveira, uma proposta clara e responsável: suspender e refletir, de forma verdadeiramente participada, sobre o futuro da nossa floresta. Não se tratava apenas de um gesto político, era um compromisso com as gerações futuras, com o valor incalculável do nosso património
natural, com a única barreira que ainda resiste à erosão costeira, com a preservação de espécies raras e tão profundamente nossas, como as camarinhas.
Infelizmente, o PSD e a vereadora Lígia Pode, eleita pelo Agir, decidiram rejeitar esta proposta. Optaram, mais uma vez, por um pacto político que se converte agora num pacto pela degradação, pela omissão e por um preocupante desamor pela terra que todos partilhamos. A contra-proposta apresentada é, na prática, uma mão cheia de nada: solicitar ao ICNF uma análise que já conhecemos, remeter responsabilidades
para a Assembleia Municipal e para uma eventual comissão especializada, da qual nem sequer sabemos se será aberta à participação de Todos (forças políticas, associações ambientais, comunidade científica, população). Talvez, quem sabe, saia dali alguma coisa. Mas o que se sabe hoje é que não há coragem para decidir, nem vontade de
proteger.
O que o PSD e a vereadora Lígia Pode pretendem é simples: ganhar tempo. O necessário para avançarem com aquilo que verdadeiramente querem, abrir caminho à destruição do nosso património natural. Nós, pelo contrário, permaneceremos firmes. Continuaremos a defender, com absoluta coerência, aquilo que defendemos na campanha eleitoral. Continuaremos a honrar cada voto de confiança que nos foi dado. Continuaremos a colocar o Concelho de Ovar acima de qualquer cálculo político.
Acima de tudo, continuaremos a amar a nossa terra a nossa Terra, com convicção, com coragem e com verdade.
Os vereadores do Partido Socialista de Ovar,
Emanuel Oliveira
Fernando Camelo de Almeida
Eva Oliveira




