O Quinito não morreu. Foi pior. Morreu-lhe o filho.
Vi-o poucas vezes no banco mas tenho saudades de Quinito. Poeta de um jogo que cada vez precisa mais de poetas, homem de verbo simples mas criativo.
Simplesmente Quinito, um treinador único, lírico, poeta, libertino, romântico e mágico.
Com 67 anos, Quinito era outro homem, mergulhado na dor da morte do filho, já depois de ter deixado a vida de treinador com apenas 52 anos.
Mas o mundo do futebol não o esqueceu. Longe disso. A filosofia de “Quinas” sobreviveu ao tempo. Sobreviveram “o Gomes e mais 10″, ou ” a carne toda no assador “, as expressões mais marcantes.
Sobreviveu a imagem de marca, quando apareceu com fato de gala para a festa do Jamor em 1982. Sobreviveu a relação aberta com todos e o prazer pelo espectáculo e pelos artistas.
Um dos homens mais marcantes do futebol português, com passagens por Braga, Rio Ave, Sporting de Espinho, Porto, Marítimo, Portimonense, União de Leiria, Vitória de Setúbal, Vitória de Guimarães, Belenenses e Estrela da Amadora.
No início da carreira, Quinito escreveu um pequeno livro e deu-lhe um título: “À minha maneira”. Uma maneira única, excêntrica, muito diferente de todos os treinadores daquele tempo.
Para os mais novos, que não o conhecem, dou-vos um conselho, procurem saber mais sobre este grande homem. Vai valer a pena.
PM