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Emerenciano de regresso com desenhos, pinturas e ideias

O artista plástico, Emerenciano Rodrigues, está de regresso ao Museu de Ovar com desenhos, pinturas e ideias, com a exposição “A minha alma está na escrita”, inaugurada no sábado (11 fevereiro) na Sala dos Fundadores.

O pintor de “escripinturas” falou da dificuldade de um artista viver da pintura se não tiver um “pai rico” e das “máscaras” que integram os seus trabalhos expostos numa terra de Carnaval, da ideia de que a “máscara ultrapasse a festividade”, porque “nós vivemos diariamente com gente que se mascara, com máscaras de fingimento”, entre outros tópicos de abordagem às “guerras” ou aos “muros” no mundo, referidos por Emerenciano.

O director do Museu de Ovar, Manuel Cleto, entregou-lhe um diploma de reconhecimento com breves palavras dos representantes das várias entidades convidadas para falarem em mais um momento recheado de simbolismo nesta Instituição.

Sem esforço para escolher palavras de reconhecimento ao pintor, os presentes na inauguração da exposição de Emerenciano, tinham em mãos as palavras escritas do escritor ovarense Carlos Nuno Granja, como um apelo a deixarem-se levar pelo espírito reflexivo das obras expostas, em que no final se lia, “(…) ao Homem e ao Artista, poderia dedicar muitas palavras, dentro de um elogio contido e sentido, porque aos amigos deixamos as palavras ditas, porque quando ditas são ouvidas, e isso é muito merecido, mas aguardo o tempo para que saibamos reconhecer devidamente o que o Homem e o Artista merecem. Ovar tem de estar à altura. Por enquanto fica este regresso ao Museu de Ovar e a Ovar, com estes traços, com estes trabalhos…”.

Este regresso ao Museu de Ovar, quando passam 50 anos de uma exposição colectiva que ali organizou ainda estudante da Escola Superior de Belas Artes do Porto, designada “1.º Exposição de Agosto” em que convidou vários colegas, seguida de uma outra que organizou à distância por estar então a cumprir o serviço militar obrigatório em Angola na guerra colonial, com o título “A minha homenagem a António Dias Simões no centenário do seu nascimento”, voltando em 1981 com uma exposição individual.

Foi agora vivido pelo próprio artista com visível satisfação partilhada entre muitos amigos na exposição que vai estar patente até 4 de março, encerrando um dia depois da realização de um À Palavra com Emerenciano (3 de março) moderado por Carlos Nuno Granja, que se refere à obra deste próximo convidado do evento literário que dinamiza, como, “as suas formas são o confronto pelo desconhecido, que esvoaça o horizonte como um bando em busca de uma floresta ao entardecer”. JL

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