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Restaurantes entre o “take-away” e as portas fechadas

A maioria dos estabelecimentos comerciais concelhios na área da hotelaria e restauração encontra-se encerrada devido ao surto de covid-19 e às medidas fixadas pelo Estado de Calamidade aprovadas pelo Governo.

Nem mesmo a possibilidade de funcionamento em regime de ‘take-away’ ou entrega ao domicílio (prevista expressamente na Resolução do Conselho de Ministros n.º 18-B/2020, que prorroga os efeitos de situação de calamidade no município de Ovar, na sequência da pandemia Covid-19) parece estar a convencer os hoteleiros a mudar o cenário que já era bastante mau, já que a actual sucede a outra “espécie de quarentena” relacionada com as obras de requalificação urbana do centro da cidade.

Entre os poucos que estão a aproveitar a “janela” aberta pelo despacho governamental está o Chef Santiago, do restaurante Orygens, em Ovar. “Já fazíamos ‘take-away’ antes e quando isto aconteceu começamos a fazer entregas de refeições na casa dos nossos clientes certos que se viram impossibilitados de vir ao restaurante”, explicou ao OvarNews. Chef Santiago refere que “a maior parte deles é de idade avançada e achei que era nosso dever fazê-lo, impedindo que saíssem de casa para comer, expondo-se à doença”.

A cozinhar em casa, foram os amigos os primeiros a encomendar francesinhas e cachorros. “É uma forma de não estar parado porque, sinceramente, já estava farto de ficar fechado sem fazer nada”. “Não estou infectado e gosto de trabalhar”, sublinha.

Muniu-se dos ingredientes, vestiu a jaleca e aproximou-se do fogão. As encomendas continuaram a chegar. “Atrás de uns pedidos vieram outros e comecei a servir um leque maior de pratos”. Santiago confessa que teve de se “reinventar e adaptar, porque as excepções parece que são só para as grandes empresas”.

O Chef Santiago refere que “as pessoas estavam habituadas a sair para jantar no Porto, no fim-de-semana, outros já estão saturados de cozinhar em casa e, assim, têm uma boa proposta e diferente”. E não esconde que está a aproveitar a oportunidade para fidelizar clientes: “Seria bom se um terço dos actuais clientes ficarem quando voltarmos a abrir”.

No restaurante Passo do Horto (PH), no centro da cidade, Pedro Aleixo defende que, “no contexto em que Ovar está, acho que o ‘take-away’ não vem beneficiar em nada”. Além disso, “como se sabe, essa solução não é bem o conceito do PH”. Depois há “o aumento de 10% de imposto na facturação, que não vem beneficiar em nada”.
Pedro diz que “para trabalhar nesse regime, preciso de matéria prima, e muitos dos fornecedores e ou distribuidores com quem trabalhamos são de fora, o que implica terem sempre problemas para entrar no concelho”.

O empresário ovarense espera que o actual cerco, no fim de contas, sirva para “mudar a atitude dos Vareiros, de modo a que passem a ser mais bairristas, que ajudem e comprem no comércio local”.

No Restaurante Alquimista, o Chef Renato Santos também não arrisca. “Penso que o mais importante é proteger a nossa saúde” e não põe, para já, a possibilidade de trabalhar em ‘take-away’. “Com o cerco instalado não tenho quem me forneça os produtos com a qualidade que pretendo e, assim, não arrisco”.

“Queremos manter a “luz ligada”, mas precisamos da ajuda célere para continuar o fazer, nomeadamente através de algumas medidas de apoio adicionais. Caso tal não aconteça, no prazo mais curto possível, teremos que apagar a luz…” Mas Renato Santos não está parado. “Estou em casa a trabalhar numa nova ementa que espero poder apresentar quando todos regressarmos às nossas vidas com normalidade”, revelou.

No Carregal, a caminho do Furadouro, o restaurante O Bosque também não está a trabalhar em ‘take-away’, mas vai abrir uma excepção. “Não posso manter a minha estrutura de pessoal para prestar um serviço incerto”. O proprietário Jorge Silva anuncia, no entanto, que vai servir o almoço pascal.
“Vamos fazer o almoço de Páscoa para as pessoas levarem para casa”, anunciando que vai disponibilizar dois pratos: Cabrito Arouquês Assado no Forno e Vitela Maronesa Assada no Forno, aceitando encomendas até às 15 horas do dia 11 de Abril, através dos números 934739455 e 256591405.

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