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Transtech vai aplicar 326.000 euros na evolução tecnológica de empresas do Norte, Centro e Alentejo

As pequenas e médias empresas (PME) são o público-alvo deste novo programa de qualificação tecnológica a desenvolver até setembro de 2022 para ajudar à inovação e ao desenvolvimento de diferentes fileiras da economia, sob a coordenação da PortusPark e TecParques. Agroalimentar, Automóvel, Aeronáutica, Energia e Descarbonização são áreas-chave do projeto, pelo seu potencial de impacto e capacidade de influência no restante ecossistema económico e industrial português. Quanto ao foco no Norte, Centro e Alentejo, visa diminuir assimetrias entre esses territórios e outras zonas do país.

As associações PortusPark e TecParques preparam-se para entrar na fase mais ativa do Transtech – Programa de Qualificação para a Inovação e Desenvolvimento Tecnológico, que envolve uma série de iniciativas destinadas a conferir mais capacidade técnica a pequenas e médias empresas (PME) que pretendam evoluir no domínio da transformação digital e assim aumentar a sua competitividade global. O projeto conta com um orçamento de 326.000 euros financiado em 85% pelo COMPETE 2020 – Programa Operacional de Competitividade e Internacionalização e irá prolongar-se até setembro de 2022, tendo já em curso a elaboração de um diagnóstico estratégico à economia das regiões Norte, Centro e Alentejo, para apurar a realidade das suas empresas, serviços, produtos, fatores de diferenciação, áreas de conhecimento, entidades de transferência de tecnologia e centros de Investigação. Em preparação para maio está já uma série de workshops estratégicos e temáticos em domínios prioritários para a evolução das PME, com base nas boas práticas de setores prioritários e com grande potencial de influência, entre os quais o Agroalimentar, Automóvel, Aeronáutica e Energia.

Os promotores do Transtech querem assim acelerar o desenvolvimento das PME que operam no Norte, Centro e Alentejo, na consciência de que é prioritário “reduzir as assimetrias existentes em determinados pontos dessas regiões face ao resto do país”, particularmente no que concerne ao acesso à chamada Indústria 4.0. Isso não invalida, contudo, que esses territórios também disponham de recursos relevantes cujo potencial pode ser reforçado se forem “criadas sinergias entre os seus players mais maduros e agentes de outras zonas do país”, pelo que esse é igualmente um dos propósitos do projeto.

É nessa perspetiva que Alexandre Rios, diretor da PortusPark, defende que o Transtech constitui “uma oportunidade de progresso particularmente incontornável na presente conjuntura”. Esse responsável considera que, “após quase um ano de pandemia, de confinamento, de teletrabalho e de várias alterações inevitáveis na forma como as empresas operavam, chegou a altura de refletir sobre os efeitos de uma transformação que foi muito súbita e muito drástica, e para a qual poucos estavam preparados, apesar de os recursos tecnológicos para o efeito já existirem”.

Para Ana Paula Grijó, que dirige a TecParques, o Transtech assume assim “uma dimensão de estímulo e motivação” num momento de dificuldade inédita na economia nacional e mundial. “A inovação, a transformação digital e a integração em cadeias de valor globais nunca foram tão importantes, e o objetivo deste novo programa é precisamente colocar o know-how e o próprio hardware dos parques de ciência e tecnologia ao serviço das PME, para as ajudar a tornarem-se mais competitivas e produtivas”, explica. Se os setores do Automóvel, Aeronáutica, Agroalimentar, Energia, Descarbonização, Tecnologias de Informação e Indústrias de Produção foram escolhidos como áreas-chave do programa é porque as conquistas científicas e tecnológicas essas áreas são “as que mais podem incentivar os restantes domínios da economia e ter impacto concreto nas suas operações, gerando um efeito de arrastamento de que todos podem beneficiar”.

Programa gratuito e aberto a toda a economia

Todas as iniciativas previstas no âmbito do programa Transtech serão de participação gratuita e estarão abertas não só a associados da PortusPark e da TecParques, mas também a empresas externas a essas duas entidades, independentemente do seu setor de atividade, e a profissionais individuais, estejam eles a trabalhar por conta de outrem ou em regime independente.

A componente mais extensa do projeto será a relativa a dois conjuntos de workshops conduzidos por especialistas em áreas como gestão do conhecimento, literacia financeira, processos de certificação e redes globais de inovação. A primeira série dessas oficinas prevê cinco sessões abordando tópicos de interesse específico para cada uma das fileiras económicas em destaque no programa e a segunda contará com quatro workshops temáticos sobre assuntos transversais a vários setores. Tanto num caso como no outro, os eventos irão manter-se no formato online enquanto a isso obrigarem as atuais circunstâncias de saúde pública, devendo os participantes optar pelo acompanhamento das sessões direcionadas para PME ou pela inscrição nas vocacionadas para startups.

Outra componente prática do Transtech será a relativa aos roteiros de inovação nos setores do Agroalimentar, Tecnologias de Informação e Comunicação, Automóvel e Aeronáutica, Indústrias e Tecnologias de Produção, e Energia e Descarbonização. A finalidade é juntar numa mesma iniciativa os agentes com posição já relevante no mercado, os protagonistas de I&D da respetiva fileira e as startups que possam beneficiar dessa expertise. “Cada roteiro, em cada região, permitirá aos participantes conhecerem in loco as valências mais pertinentes de cada fileira, colocando-os em contacto, por exemplo, com as empresas e produtos que mais lideram e inovam nesse setor, os laboratórios com que trabalham, os centros de investigação que os apoiam e as entidades que os podem ajudar na mediação”, realça Alexandre Rios.

Haverá ainda sessões de partilha internacional integradas na Innovation World Network – a rede mundial que desde 2007 liga diferentes organizações com atividade nas áreas de preparação, consultoria e administração de projetos de inovação – e os encontros InovMeet – pensados para disseminar práticas de cooperação e competição entre PME e centros tecnológicos, identificar fatores críticos e valorizar o espírito de cooperação.

O Transtech terminará em setembro de 2022 com um seminário de encerramento que Ana Paula Grijó antecipa como “o culminar de um trabalho de médio e longo curso apostado em partilhar conhecimento científico e tecnológico para benefício de toda a economia portuguesa”. A iniciativa permitirá divulgar os resultados de todo o programa desenvolvido pela Tecparques e pela PortusPark, apresentará as conclusões do diagnóstico estratégico aos setores em destaque no projeto e apontará caminhos para lidar com os fatores mais críticos da competitividade nacional. “O que se espera é que, no final, estejamos em melhores condições de lidar com as dificuldades que se coloquem no nosso caminho e tenhamos então os conhecimentos e os contactos necessários para criar sinergias e mais-valias coletivas, para resistência e evolução de todos”, conclui.

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