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Zepelim e outros objectos voadores recuperam no Imaginarius a “obsessão” de Da Vinci

 

A companhia francesa Plasticiens Volants apresenta, sexta-feira e sábado, no festival Imaginarius um zepelim e outros objectos insufláveis com que se propõe reflectir sobre “a obsessão de voar” que percorreu a obra de Leonardo da Vinci (1452-1519).

Fundado em 1976, o colectivo já atuou em Portugal 12 vezes desde 1993 e traz agora ao festival de artes de rua de Santa Maria da Feira a estreia absoluta do espectáculo “Da Vinci…Volare!”, que, além de diversos objectos cénicos aéreos, envolve também ecrãs suspensos e projecções vídeo.

Thierry Collin é o director artístico da companhia e reconhece-lhe uma certa petulância na intenção de recuperar as motivações do génio renascentista italiano – “Evocar Leonardo Da Vinci? Que pretensão!”, admite. Apesar disso, garante que a sua nova produção pretende sobretudo homenagear o homem que, “com a sua poderosa mão e o seu olhar visionário, alcançou tanto conhecimento, tantas artes e técnicas”.

“O espectáculo é uma evocação do trabalho de Leonardo Da Vinci através da obsessão de voar que o assombrou toda a sua vida”, explica o encenador francês. “Nós retivemos a sua enorme curiosidade e a sua insaciável necessidade de entendimento, e, como ele preencheu de forma tão vasta os nossos sonhos, decidimos fazê-lo voar”, declara.

A produção agora em estreia no Imaginarius representará assim “o voo de um homem em busca da perfeição na arte de imitar a natureza”. Para isso, os artistas da Plasticiens Volants irão recorrer a personagens como “os cavalos da batalha de Anghiari com as suas linhas tortas replicando as curvas da tempestade, o zepelim com um actor real também a voar e a marioneta com um páraquedas como o que Leonardo inventou”.

Esse espectáculo estará em cena junto à Casa do Moinho às 23:00 de sexta-feira e sábado, mas a companhia francesa também apresentará no Imaginarius a produção itinerante “De nos rêves, occupons le ciel!”, uma parada que, duas vezes por dia, circulará pela cidade com a participação especial de 50 elementos do grupo de percussão local Ritmare e ainda 10 voluntários envergando trajes de pássaros.

Philippe Juquin, responsável de difusão na companhia francesa, afirma que essa colaboração com a comunidade “é sempre profundamente desejada”, na medida em que ajuda à concretização de um duplo objectivo: “obter uma interactividade enriquecida pela população e proporcionar ao espectáculo uma maior dimensão – e, consequentemente, maior legibilidade”.

Rachel Mégissier, coordenadora de comunicação dos Plasticiens Volants, acrescenta que os artistas franceses irão ainda supervisionar um workshop durante o festival, “sobre o uso de personagens móveis e manipulação de objectos insufláveis”. O curso está aberto a 10 participantes, começou quarta-feira e, até sábado, prevê cinco a seis horas de formação por dia.

A 16.ª edição do festival Imaginarius decorre no centro histórico da Feira esta sexta-feira e sábado, apresentando em diferentes espaços públicos da cidade 42 espectáculos e intervenções artísticas, sempre com entrada livre. Cada dia do evento inclui 12 horas de animação contínua assegurada por mais de 300 artistas de 16 países, em representação de 47 companhias e criadores.

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