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Obrigado, Ovarense, pela ilusão!

Agora que assentou a poeira da emoção e o silêncio regressou às bancadas da Arena, está na hora de dizer Obrigado. Obrigado, Ovarense, pela ilusão!

Já não vivíamos uns dias de tão doce ilusão há imenso tempo. Todos juntos. Primeiro com o Sporting e depois com o FC Porto foram emoções fortes, boas e vividas intensamente.

Obrigado, Ovarense, por nos mostrares que os vareiros, quando motivados pelos motivos certos, respondem Presente!

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É certo que o trabalho da atual direção na construção da equipa, apostando na manutenção do treinador João Tiago (contra a opinião de muitos) foi decisiva e deixava antever que a equipa era fiável.

A Henrique Sobreira, o jovem presidente da direção, quando tomou posse, esperava uma tarefa árdua: retirar o clube das lutas secundárias e levá-lo ao lugar que lhe pertence enquanto histórico da modalidade.

A ilusão da sua equipa diretiva contagiou patrocinadores, jogadores (foram incríveis) e público que ofereceu um espetáculo à parte neste play off.

A ilusão digna dos fundadores do nosso clube.  Lembrem-se, há mais de 30 anos, na temporada 1987/88, a Ovarense era um clube, no que a títulos diz respeito, sem expressão no basquetebol português, embora apostasse forte na tentativa de quebrar a clara hegemonia do Benfica liderado por Carlos Lisboa.

Orientada por Luís Magalhães, a turma vareira incluía, entre outros, Mário Leite, Rui Leitão, Vítor Ferreira e Rui Chumbo. Porém, como não poderia deixar de ser, esperava que a dupla de estrangeiros pudesse fazer a diferença. Este ano, Bailey brilhou. Naquela altura, “DJ” e Mario Elie foram os eleitos…

No final da competição, os dirigentes da Ovarense tinham razões para sorrir. O título tinha deixado de ser uma miragem e o desempenho dos norte-americanos não podia ter sido melhor, nomeadamente nos embates decisivos com o Benfica.

Mario Elie, nessa altura, já não enganava. Lutador incansável, não dava um segundo de descanso aos adversários. No ataque, mesclava poderosas penetrações, com eficientes lançamentos de curta e média distância, não se esquecendo também de assinar assistências primorosas. Na defesa – contrariando uma prática comum dos norte-americanos que alinhavam em Portugal -, “dava o litro”, batalhando por todas as posses de bola e coleccionado um sem-número de ressaltos, recuperações, intercepções e desarmes.

Não é por acaso que, quando voltou a casa, os jornalistas norte-americanos que cobriam a NBA o qualificaram como “um dos melhores defensores da Liga”…

Acreditou e jogou aqui.

Tal como há 30 anos, é o momento de dizer “Obrigado, Ovarense, pela alegria, pelo orgulho, pela emoção e pela… ilusão“.

O Lobo Meigo

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