A medusa que veio para ficar… e ficou mesmo

Entraram no canal de Ovar da Ria e por aqui ficaram. Junto à Marina do Carregal é possível vê-las, umas grandes, outras mais pequenas, e podem ser uma dor de cabeça para as embarcações cujo leme as apanham.
Também chamada de medusa-do-Tejo, pertence à classe Schyphozoa e é a única representante da família Catostylidade nas águas europeias.
É uma espécie que pode atingir grandes dimensões, com um diâmetro de carapaça ultrapassando os 50 cm.
Apresenta tentáculos espessos em forma de cacho e com as gónadas em cruz visíveis através da campânula. Alimenta-se de plâncton, pequenos crustáceos e peixes.
Apesar de ser considerada inofensiva, pode causar alergia a pessoas com pele mais sensível. Segundo a GelAvista, a espécie é “comum em águas costeiras do continente português e frequentemente avistada no estuário do Tejo, Sado e Ria de Aveiro”.
É uma espécie de grandes dimensões e o seu poder urticante é considerado fraco. No entanto, aconselha-se precaução. Se for picado, aplique bandas de gelo e se possível bicarbonato de sódio.
A medusa-do-Tejo (ou da Ria) tem sido estudada para fins biomédicos, devido ao elevado conteúdo em colagénio.
Neste verão, verifica-se pouca presença de caravela-portuguesa e água-viva (Pelagia noctiluca), ao contrário da medusa cuja presença foi muito reportada nos estuários do Tejo, Sado e na região de Aveiro.
Todos os gelatinosos apresentam uma capacidade de natação reduzida, sendo incapazes de fazer face às correntes e ao vento, sendo arrastados de encontro à costa marítima.
O aumento do número de arrojamentos está diretamente relacionado com o aumento das populações das espécies gelatinosas que, por sua vez, está relacionado com as alterações das condições ambientais, como por exemplo, aumento da temperatura da água do mar, intensidade dos ventos e das correntes marinhas, entre outros.