
Na primeira reunião da Câmara Municipal de Ovar, assistiu-se a um momento revelador da nova geometria política local. Quando chegou a votação da proposta para atribuição de vereação em regime de meio tempo, peça central do acordo entre o AGIR e o PSD. O CHEGA e o PS votaram contra, e a própria vereadora do AGIR, Lígia Pode, absteve-se. O silêncio foi ensurdecedor. O embaraço, evidente.
Perante a quebra de alinhamento por parte do AGIR, foi o próprio Presidente da Câmara e líder do PSD, Domingos Silva, quem teve de dar a mão ao AGIR, usando o voto de qualidade para desempatar e garantir à vereadora do AGIR o regime de meio tempo que o próprio movimento exigira como condição para o acordo.
Afinal, não foi o AGIR a dar a mão ao PSD. Foi o PSD, e Domingos Silva, a dar a mão ao AGIR e à sua vereadora. A inversão é simbólica. E politicamente reveladora.
E como se não bastasse, em Esmoriz, o acordo entre o AGIR e o PSD também não resistiu ao primeiro teste. Imagine-se que o próprio membro da Assembleia de Freguesia eleito pelo AGIR não votou a favor da candidata do PSD para Presidente da Mesa da Assembleia de Freguesia. Resultado, foi eleito o candidato do Partido Socialista.
Que raio de coligação foi esta, afinal?
Estes episódios não são meros detalhes. São sinais claros de uma coligação frágil, incoerente e politicamente instável, onde o PSD parece ter perdido o controlo da narrativa e da estratégia. E mais grave, tudo indica que o Presidente da Câmara, Domingos Silva, não lidera, depende. Depende do voto da vereadora do AGIR, depende do silêncio do seu parceiro de coligação, depende de acordos que já se revelam frágeis à primeira prova.
Importa ainda recordar que foi o PSD quem iniciou conversações com o CHEGA, num quadro de diálogo institucional e de construção de uma solução estável para o concelho. O CHEGA, por sua vez, manteve sempre uma postura séria, transparente e orientada para o interesse público. O mesmo não se pode dizer do PSD, que preferiu, nas costas do CHEGA, fechar um acordo com o AGIR, um acordo que, à primeira prova, revelou-se frágil, incoerente e politicamente desastrado.
Afinal, que acordo foi este entre o AGIR e o PSD? Que garantias foram dadas? Que liderança foi assegurada? Domingos Silva vendeu-se por nada, e ainda teve de ser ele próprio a levar Lígia Pode pela mão para que ela fosse nomeada vereadora a meio tempo. Um presidente que se entrega, não governa. E muito menos lidera.
A seriedade do acordo que foi vendido ao PSD pelo AGIR não passou de uma ilusão. Pelo menos serviu para que Lígia Pode fosse nomeada vereadora a meio tempo, depois de Domingos Silva, em plena reunião de Câmara, a ter conduzido pessoalmente até ao voto de qualidade.
A coligação AGIR–PSD parece ter servido apenas para eleger Salvador Malheiro como Presidente da Assembleia Municipal e garantir maioria a Jorge Maia na Junta de Freguesia de Ovar. Tudo o resto… é tudo o resto.
No fim de contas, o “Coração Vareiro” tinha razão: quem manda no AGIR não é Lígia Pode.
O CHEGA reafirma que, mantém-se fiel aos seus princípios, aos ovarenses e à palavra dada. A palavra do vereador Flávio Costa é clara, pública e honrada. Na política pode valer muita coisa, mas a palavra, essa, é assinatura de honra.
- Flávio Costa, Vereador eleito pelo CHEGA – Câmara Municipal de Ovar



