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Alterações no traçado do TGV Norte foram chumbadas pela APA

A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) considerou, na decisão de chumbar a deslocalização da estação de Gaia de Santo Ovídio para Vilar do Paraíso, que esta ficaria “numa zona periférica” sem “intermodalidade com outros meios de transporte público”.

A solução agora apresentada altera este pressuposto, ao localizar-se numa zona periférica, na qual não está assegurada a necessária intermodalidade com outros meios de transporte público e onde os acessos rodoviários são limitados”, pode ler-se na fundamentação da decisão da APA, hoje conhecida.




A APA chumbou as alterações que o consórcio AVAN Norte queria fazer à linha de alta velocidade, nomeadamente alterar a estação de Gaia e construir duas pontes sobre o rio Douro, segundo uma decisão a que a Lusa teve acesso.

“Importa recordar que o desenvolvimento da Estação de Gaia na zona de Santo Ovídio, integrada no respetivo Plano de Pormenor e com articulação assegurada à linha de metro, foi considerado, aquando da avaliação do Estudo Prévio, como um aspeto particularmente relevante com impactes socioeconómicos positivos e significativos ao possibilitar a criação de um novo e importante fator de centralidade, com o inerente estímulo para a qualificação do espaço urbano onde se insere”, sublinha a agência.

E mesmo que o consórcio AVAN Norte tenha sugerido que a localização de Vilar do Paraíso “poderia ser complementada em termos de acessibilidade com a via rodoviária Via de Ligação 3 (Via L3) que a Câmara de Vila Nova de Gaia tem prevista em PDM e onde pretende instalar um transporte coletivo de grande capacidade tipo Metro Bus, ou que se poderia equacionar a ligação da Linha do Metro (Linha Amarela) com uma extensão de traçado a partir de Santo Ovídio”, a APA sublinha que, “nesta fase, não se encontra assegurada a intermodalidade com outros meios de transporte”.

“Refira-se sobre esta matéria o parecer emitido pela Metro do Porto S.A., no âmbito do presente procedimento, no qual a Metro do Porto afirma não estar prevista, nos seus planos de expansão, a extensão da rede do Metro do Porto à nova localização proposta para a Estação de Gaia”, salientando ainda a APA que “mesmo que as linhas de metro se venham a expandir até à nova localização da Estação de Gaia em Vilar Paraíso, não se encontram avaliados os impactes dessa mesma expansão”.

Para a APA, “não estando, nesta fase, confirmada a viabilidade da ligação da nova localização da Estação de Gaia à rede de metro ou a sistema de transportes público equivalentes, considera-se que a solução não cumpre uma das premissas chave do projeto, e patente no Estudo Prévio objeto da DIA, nomeadamente a de privilegiar a ligação das estações de alta velocidade à rede de transportes públicos”.

“Este é um também dos aspetos críticos apontado em sede de consulta pública e fundamento da discordância de vários cidadãos face ao Projeto de Execução apresentado”, assinala ainda a agência pública.

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