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"A mudança não tem comparação&quot

As 24 coletividades que, até setembro de 2013, tinham as suas sedes dispersas por todo o concelho de Ovar preparam agora as celebrações de 2014 na nova Aldeia do Carnaval, em condições que "não têm comparação" com as anteriores.

"Passámos da situação de não termos condições nenhumas para a de termos as condições todas", defende Daniel Malícia, do grupo "Não precisa", cujos 50 elementos ocupavam antes uma parte dos antigos estaleiros da EDP, no centro de Ovar.

Os carpinteiros e serralheiros do grupo podem agora trabalhar em conjunto, num armazém individual onde cabem homens, adereços e também o carro alegórico que está a ser construído para os desfiles – com base numa maqueta em que o tema de cada ano é sempre pensado "para que se possa 
desfilar bêbedo", como esclarece alguém ao fundo da sala, para gargalhada geral.

No armazém ao lado, os "Marroquinos" já estão a colar algumas das peças do seu projeto para 2014 e Leonel Silva, que coordena as operações, partilha da 

opinião de que na nova Aldeia "as condições melhoraram muito, seja em termos de trabalho, conforto ou segurança".

Os 43 elementos do grupo também tinham a sua sede na antiga EDP, só que todos os anos viam-se obrigados a alugar um armazém adicional para acomodar o carro alegórico. Agora, no seu novo pavilhão, o espaço ainda parece pequeno para todas as peças que querem exibir nos desfiles, mas a mudança continua a valer a pena.

"Estamos todos juntos no mesmo sítio e por causa disso há mais convívio e camaradagem", explica Leonel Silva. Se o carro de 2014 está parcialmente escondido da rua por um pequeno muro de alumínio, "é para impedir a espionagem, que é muito bonito estarem os grupos todos ao ladinho uns dos outros, mas a malta não é tola", garante, a rir, outro "Marroquino".

Mais nostálgica está Sara Silva, uma das únicas três mulheres que integram o grupo. Admite que gosta de um sítio "que não está esburacado e onde não começa a chover a meio do trabalho", mas já tem saudades das sedes anteriores, como a EDP e as antigas instalações da fábrica F. Ramada.

"Se calhar falta tornar esta sede mais caseira", sugere, enquanto molda peças em esponja. "Ainda não tivemos tempo, mas depois do Carnaval temos que pensar nisso e trazer para cá as recordações que fomos acumulando ao longo dos anos", afirma.

No armazém dos "Marados" há quem reclame de agora ter que "conduzir sem poder beber", já que a nova sede deixou de estar a apenas alguns passos de casa, mas a tónica geral mantém-se de satisfação."Isto não se compara com a sede anterior", declara Florival Duarte. "Estamos um bocadito mais afastados do 
centro da cidade, mas, só por estarmos todos no mesmo sítio, o ambiente é logo outra coisa", acrescenta Hélder Mendonça.

As meninas do grupo "Melindrosas" não têm reclamações – querem "é mais dinheiro" e patrocinadores. Reunidas à volta da mesa enfiando missangas e costurando plumas, propõem-se tornar a nova sede mais aconchegante, mas, por enquanto, "a prioridade é o Carnaval" – e a dieta.

"Ai não se iluda!", diz Gisela Rodrigues, que uma colega denuncia como "farmacêutica", insinuando que "ela sabe arranjar uns comprimidos jeitosos" para reduzir 

o peso. "Nesta altura toda a gente emagrece mesmo que não queira, com o tempo todo que passa aqui a trabalhar e as horas de sono que perde", esclarece a "Melindrosa", que garante que só corta nas gorduras e fritos, sem recorrer a medicação.

Já Paula Guedes revela que "não há nada como uma gripezinha para perder cinco quilos" e, a propósito de constipações, resta descobrir como se resiste ao frio e 
chuva durante os desfiles. Nessa fase, ninguém se recorda de nenhum truque em especial, até que Daniela Ferreira sintetiza, com ar muito sério: "Isso não é nada que um shotezinho mais não resolva".

(Lusa)

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