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Estarreja tem projecto de investimento de 2,4 mil milhões para a fileira do hidrogénio

Bondalti Chemicals apresentou o projecto “H2Enable - The Hydrogen Way for Our Chemical Future”

O Ministério do Ambiente e da Acção Climática, tutelado pelo ministro João Pedro Matos Fernandes, avançou com uma consulta ao mercado, depois do projecto de produção de hidrogénio verde de Sines ter suscitado interesse às empresas do sector da energia. O governo explica que “esta auscultação foi criada para robustecer a candidatura portuguesa ao “Important Project of Common European Interest” e para incentivar sinergias a nível de cluster industrial. O convite destinou-se a empresas ou entidades portuguesas ou europeias cujos projectos se traduzissem num valor acrescentado para o país, nomeadamente por via do estabelecimento em Portugal e da criação de emprego, e na redução de emissões de dióxido de carbono equivalente associada aos projectos.”

Hidrogénio verde: Bondalti Chemicals, S.A apresenta ideia inovadora

O projeto “H2Enable – The Hydrogen Way for Our Chemical Future” representa um passo verdadeiramente transformacional e inovador visando revolucionar os modelos de negócio atuais, a natureza do site químico de Estarreja e todo o contexto envolvente, criando um núcleo de referência na economia do hidrogénio verde e do amoníaco verde, estimulando a descarbonização e o upgrade da indústria química nacional. Segundo a Bondalti Chemicals, S.A., este projecto terá uma abrangência transversal à cadeia de valor do hidrogénio com foco na produção de hidrogénio verde e amoníaco verde para fins industriais e para um conjunto alargado de outros utilizadores. Prevê-se que a implementação do projecto se prolongue até 2040.”

A Bondalti Chemicals, S.A cria assim um projeto único que pretende garantir a coerência nacional estratégica nacional e europeia neste domínio, um dos requisitos exigidos pelo governo. O “H2Enable” visa impulsionar um processo transformacional da indústria química nacional, dando um importante contributo para os desígnios nacionais e europeus da descarbonização e da re-industrialização assentando em tecnologias avançadas, inteligentes e eficientes, baixo impacto ambiental, orientação para produtos mais qualificados e de maior valor acrescentado e princípios de circularidade.

Como explica a empresa, “o hidrogénio e o amoníaco verdes decorrentes do projeto “H2Enable” e que serão produzidos e comercializados no CQE irão beneficiar as cadeias de valor associadas, descarbonizando os processos actuais e possibilitando a produção de outros produtos sem pegada carbónica, como por exemplo, fertilizantes.” A integração nacional em cadeias de valor globais onde o hidrogénio e o amoníaco têm relevância constituirá também “um forte contributo para a descarbonização da indústria química nacional e das indústrias a jusante, pela utilização destes novos produtos neutros em carbono.”

O projecto irá ainda promover o desenvolvimento e disseminação de novos conhecimentos sobre a economia do hidrogénio, o desenvolvimento de novas tecnologias (e.g. electrolisadores) e a aceleração da re-industrialização em Portugal e na Europa baseadas em tecnologias verdes.

Para Diamantino Sabina, presidente da autarquia Estarrejense, “as décadas de experiência do Complexo Químico, confere-lhe o mote para ser também líder na industria limpa e sustentável!”. Na sua visão, mesmo com o futuro ainda incerto, o hidrogénio é já tido como uma “fonte de energia que se vai revelando solução cada vez mais viável. Vejo neste projecto a necessária determinação e arrojo e, claro, com ele o desenvolvimento do nosso Concelho e Região.”

“H2Enable” antevê mais emprego para o concelho estarrejense

Esta proposta do consórcio na área química instalada em Estarreja prevê a criação entre 55 e 70 novos postos de trabalho directos, evoluindo progressivamente do primeiro valor para o segundo à medida que vai avançando nas fases previstas do mesmo. Paralelamente, o projecto deverá gerar a criação de aproximadamente 271 empregos indirectos, considerando as relações constantes na matriz input-output existentes para o ramo da indústria química.

Foram recebidas, além da proposta da Bondalti Chemicals, S.A, mais 73 intenções de investimento na fileira industrial do hidrogénio, no montante de 16 mil milhões de euros, o equivalente a 7,5% do PIB português, revelou a tutela.

As manifestações de interesse serão avaliadas por um Comité de Admissão de Projectos, que envolve as áreas governativas da Economia e Transição Digital, do Ambiente e da Acção Climática e da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior e Negócios Estrangeiros, apoiados a nível técnico pela Direcção-Geral de Energia e Geologia e o Laboratório Nacional de Energia e Geologia.

No próximo dia 27, segunda-feira, está agendado um infoday, com o objectivo de clarificar eventuais complementaridades nas manifestações de interesse submetidas.

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