Política

BE propõe abandonar utilização de pesticidas à base de glifosato

O BE viu aprovada por unanimidade, na UFO, a sua proposta de “abandono em definitivo da utilização de pesticidas à base de “glifosato”, seja através dos serviços municipais ou pelas empresas que prestam serviços de limpeza em espaços públicos na área geográfica da UFO”.
Uma decisão que contempla deixar concluir os contratos com empresas e com validade até ao final deste ano.

A proposta de recomendação sobre o uso de herbicida “glifosato” apresentada pelos autarca do Bloco, Ismael Lisboa Varanda, alude à
Agência Internacional para a Investigação sobre o Cancro (AIIC) da Organização Mundial de Saúde (OMS) declarar o glifosato como “carcinogéneo provável para o ser humano”. O glifosato é o herbicida mais utilizado no país e também no planeta.

A investigação da AIIC identificou a relação entre a exposição ao herbicida e o Linfoma não-Hodgkin. Este tipo de cancro de sangue é dos que mais se registam em Portugal, com cerca de 1.700 novos casos por ano.

O “glifosato”, enquanto herbicida, tem uma utilização sistémica não seletiva. É de venda livre e fácil acesso. Em 2012, foram aplicadas 1.400 toneladas deste tipo de pesticida no país. A sua utilização efetua-se ao nível do solo para limpar os campos antes das sementes, mas também na água como desinfetante. Em Portugal, o seu uso é generalizado na agricultura e também nos serviços de autarquias. Este composto tem sido ligado a vários problemas ambientais e de saúde pública por diversos estudos científicos.
Em Ovar, cujo Município utilizou durante o ano de 2015, 671 litros de herbicidas de várias marcas, já alguns anos se vem assistindo ao recurso a empresas para serviços de limpeza de espaços públicos, que recorrem à utilização de herbicidas, mesmo quando várias autarquias, de perfil mais urbano ou mais rural, já abandonaram o uso de “glifosato” ou têm planos para o abandonar, o que significa que, deixar de usar estes pesticidas é não só uma necessidade, mas também uma possibilidade que deve beneficiar igualmente o território do concelho de Ovar livre deste tipo de composto, na defesa da saúde da população, da qualidade de vida e preservação ambiental, neste caso na área geográfica da União de Freguesias de Ovar, S. João, Arada e S. Vicente de Pereira Jusã.

Considerando ainda que já em março de 2014, a Quercus e a Plataforma Transgénicos Fora lançaram um apelo público para que as autarquias portuguesas deixem de usar “glifosato” nos espaços urbanos, alertando para o risco ambiental e para a saúde pública desta prática generalizada no país.
O “glifosato” representa um risco para a saúde pública. É imperioso a promoção de espaços públicos sem glifosato e livres de pesticidas com o recurso a meios mecânicos, térmicos, manuais ou outros. É essencial proteger a saúde pública e o ecossistema. Nesse sentido apresentamos a presente proposta de recomendação na convicção de que há alternativas.

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