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Mud Cycles elogia impacto da IERA

“A inovação e o empreendedorismo não são apenas chavões, mas antes oportunidades para as pessoas se sentirem mais realizadas num ecossistema a que sentem que pertencem, e isso ficou provado nos últimos anos e hoje, aqui” é a convicção do Pró-reitor da Universidade de Aveiro (UA), Filipe Teles, que falava à margem do evento “IERA – Impacto gerado, oportunidades e desafios 2020”. Nesta sessão, que decorreu no dia 30 de junho na UA, intervieram parceiros da Incubadora de Empresas da Região de Aveiro (IERA), representantes dos seus 11 polos e foi entregue o prémio Start Aveiro Region.

O pró-reitor foi o último de um painel de cerca de 30 oradores que, no dia 30 de junho, expuseram as suas experiências, histórias e expetativas na Sala de Atos da Reitoria da UA, numa cerimónia de balanço e reflexão daquilo que foi e será o percurso da Incubadora de Empresas da Região de Aveiro (IERA), projeto que une os 11 municípios da Região, a Associação Industrial do Distrito de Aveiro e a UA numa parceria intensiva dedicada ao empreendedorismo, à inovação social e à criação de emprego.

A abertura ficou a cargo do Vice-reitor da UA, Carlos de Pascoal Neto e do presidente da Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro, Ribau Esteves. Este último salientou a importância da envolvência dos municípios da Região e afirmou que os dois anos passados foram já “uma boa fase desta causa, mas que o melhor foi ganhar o direito de passar à fase seguinte”, acrescentando que o futuro é “mais exigente e mais complexo, mas que vale a pena o patamar mais elevado”.

Já Carlos de Pascoal Neto considera que a IERA é o exemplo do sucesso da “tripla hélice” na implementação de práticas de apoio ao empreendedorismo, referindo-se à parceria estratégica entre conhecimento e inovação (UA), tecido empresarial (AIDA) e políticas públicas (CIRA). O Vice-reitor congratulou-se com as 100 empresas e ideias de negócio e com os mais de 300 postos de trabalho criados, mas refere que agora é preciso ser-se ainda “mais inteligente e ficar atento para poder aproveitar todos os recursos”.

Aveiro inaugura polo no final do ano

Seguiram-se os depoimentos dos representantes dos polos de incubação que integram a IERA, que fizeram uma apresentação das suas instalações, serviços e empresas e ideias de negócio associadas. Destaque para a Incubadora de Empresas de Águeda, representada por Luís Almeida, que criou um Banco de Investidores Locais, cujo objetivo é que os cidadãos possam contribuir não só financeiramente para as ideias e empresas incubadas nesse polo, mas também com serviços ou conhecimento. Já André Cester Costa, interlocutor técnico do polo de Aveiro, ainda por inaugurar, revelou que este estará disponível no último trimestre deste ano e com condições de excelência para a comunidade empreendedora aveirense.

Elisabete Rita, da AIDA, realçou as percentagens animadoras observadas nos últimos anos, destacando o aumento de 6,5% de novas empresas, desde 2009 e também a subida de 30% em empresas exportadoras, afirmando que “se existe região que pode dar resposta aos mercados externos, essa região é Aveiro”, dando nota da importância da IERA nesse sentido.

As últimas intervenções da manhã foram as de Hugo Coelho, do Parque Ciência e Inovação (PCI), e de Conceição Carvalho, do Centro 2020. O PCI, em desenvolvimento, será aquilo que Hugo Coelho considera a “capitalização do conhecimento científico da região e do desenvolvimento regional com base na inovação”. Hugo Coelho sublinhou ainda que a IERA tem sido um grande contributo no “apoio, na aproximação, no potenciação e na criação de oportunidades”. O PCI, situado em Ílhavo e Aveiro, inclui um polo de ciência, um de experimentação e outro empresarial, que se dedicarão essencialmente à exploração de ideias e empresas nas áreas das TICE, do mar, dos materiais, das energias e no setor agroindustrial.

Disfagi vence concurso Start Aveiro Region

A tarde iniciou-se com a apresentação de algumas ideias de negócio participantes no concurso de ideias de negócio Start Aveiro Region, bem como do pitch da ideia vencedora do concurso, a Disfagi, uma plataforma de apoio aos clínicos na luta contra a disfagia, a dificuldade de deglutir alimentos ou bebidas associada a doença ou velhice.

O painel de oradores contou ainda com alguns representantes de empresas e atividades da IERA, tal como o contributo do professor responsável pelo Clube do Empreendedorismo Escolar de Albergaria-a-Velha, Edgar Borges, que salientou que é “muito importante criar uma cultura local empreendedora nos jovens” e que deixou o desafio para que se se “deixem os jovens brilhar”.

João Baptista, da Mud Cycles, empresa de Ovar que produz bicicletas em madeira, elogiou o impacto da IERA na evolução do seu negócio, afirmando que foi essencial a “orientação para mercados externos e a ajuda no alcance da direção certa”.

Quase a fechar o painel, José Paulo Rainho, da Unidade de Transferência de Tecnologia da Universidade de Aveiro (UATEC), congratulou-se porque “muito do conhecimento e muita da tecnologia que nascem na UA, resultam em novas empresas e em excelentes empreendedores”, mas afirmou que “não é preciso estar sempre a reinventar a roda; muitas vezes basta acrescentar algo à roda que foi já desenvolvida”, reforçando ainda os bons números associados à propriedade intelectual da UA.

Filipe Teles, pró-reitor, encerrou este evento de balanço e reflexão para o futuro falando precisamente dos planos até 2020. O certo é consolidar o ecossistema inovador criado através de uma Região de Aveiro Empreendedora, assente num programa regional de inovação, empreendedorismo e criação de emprego, com programas financiados e destinados essencialmente à valorização de competências, à articulação das ofertas e à requalificação profissional. Na calha está também a aposta na educação, no combate ao insucesso escolar, em programas de capacitação e internacionalização e até na criação de um Centro de Empresários de Aveiro.

O futuro, garante Filipe Teles, depende do “empenho de todos, das oportunidades, mas sobretudo da capacidade e da vontade dos agentes de se mobilizarem por aquilo que planeiam para os próximos cinco anos”.

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