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Dragagem da Ria gera críticas na Murtosa

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O presidente da Câmara Municipal da Murtosa, Joaquim Baptista, mostra-se crítico da dragagem prevista para a Ria e que o Ministério do Ambiente prevê iniciar em Maio.

“Eu sempre achei que começámos o processo ao contrário. Tenho uma grande dificuldade em avançar com uma qualquer obra se não souber qual é a missão para a qual ela é concebida. E quando ela tem uma dragagem, tenho que fazer uma pergunta primeiro: Vamos dragar para quê? Para melhorar as condições de navegabilidade? Para incrementar o processo de renovação das massas de água? Para promover a actividade marítimo-turística? Para promover a náutica de recreio? Neste, como em outros casos, é preciso perguntar para saber de que forma é que o investimento público é consequente”.

Em entrevista ao Diário de Aveiro, o autarca murtosense, considera que “dragar canais de navegação sem acautelar as estruturas económicas adjacentes não resulta em nenhuma actividade económica”. “Com o devido respeito”, continua, “mas fazer uma obra para ver os barcos a subir até à ponte da Varela e depois vê-los descer porque não têm qualquer possibilidade de ancorar nem na Torreira, nem em sítio nenhum, porque apenas o canal principal está navegável, deixa-me preocupado”.

Aprofundar um canal principal e não ter espelho de água que “permita ter uma prova de motonáutica ou uma regata de vela, tem qualquer coisa que não funciona”. Pior do que isso, acrescenta, “a dragagem vai intensificar os caudais que entram e saem dos canais principais e aumentar o chamado prisma de maré, ou seja, o diferencial entre as marés baixas e altas”.

À medida que aumenta o distanciamento da barra, aumenta o prisma de maré. As diferenças de marés não se sentem em São Jacinto ou no molhe da barra, apontando que “elas são sentidas em Ovar, Estarreja e Murtosa”.

Joaquim Baptista defende que “a esta dragagem devia estar associado um mecanismo de regulação de caudais, mas especulou-se logo que eu queria fazer uma ponte a Sul”, o que não corresponde à verdade. O que o líder do Município da Ria por excelência disse sempre foi que “temos profundidades mínimas e, a partir de determinada altura, temos profundidades desnecessárias. Se eu, a Sul da Pousada da Ria, tivesse um canal com apenas 4 metros de fundo em vez de ter 12 metros, eu continuaria a ter capacidade para navegar, e uma secção de canal menor e um menor processo de renovação de massas de água e isso é que é importante. Porque a luta que temos na Ria é a da redução do prisma de maré”.

Todos têm saudades da Ria da década de 50 em que havia uma diferença de 1,5 metros entre a maré alta e a baixa. “Não tínhamos tanta água na maré alta, mas tínhamos muito mais água na maré baixa. E isso é que permitia que tivéssemos um espelho de água que permitia a realização de regatas, por exemplo”.
Só poderá haver actividade marítimo-turística se houver possibilidade de ligar canais ao canal principal. “Ora, isso não é possível no actual esquema. Porque o aprofundamento do canal principal vai fazer com que cada vez menos tempo as zonas adjacentes tenham água, porque esta concentra-se no canal principal muito mais tempo”, conclui.

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