Danças de Carnaval da Terceira candidatas a património cultural nacional
O Governo Regional dos Açores revelou que, até final de maio, deve ser submetida a candidatura à integração das danças e bailinhos de Carnaval da ilha Terceira no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
“Prevê-se que a submissão do processo para a inventariação à Direcção-Geral do Património Cultural e o consequente fim das actividades da responsabilidade da Direcção Regional da Cultura” estará concluída até ao final do mês de maio”, adianta a tutela, numa resposta a um requerimento do PSD na Assembleia Legislativa Regional a que a agência Lusa teve hoje acesso.
Em setembro de 2013, o parlamento açoriano aprovou por unanimidade uma proposta do PSD que recomendava ao Governo Regional que efectuasse as diligências necessárias para a classificação das tradicionais danças e bailinhos de Carnaval da ilha Terceira como Património Cultural Imaterial de Portugal.
Em fevereiro deste ano, os deputados sociais-democratas eleitos pela ilha Terceira questionaram o executivo, através de um requerimento, sobre o prazo de conclusão do processo, as diligências efectuadas e as entidades consultadas.
Em resposta, o Governo dos Açores refere que o processo de inventariação “tem merecido a melhor atenção por parte da Direção Regional da Cultura e tem decorrido, até ao momento, com a celeridade possível e a desejável participação da comunidade”.
“O processo encontra-se em fase de validação, revisão de informação e compilação de documentação fotográfica e audiovisual. O pedido do registo no Inventário Nacional será então submetido à Direcção Geral do Património Cultural, organismo que coordena o Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial, para posterior validação e inclusão da manifestação no Inventário Nacional”, adianta.
A tutela alega que, de acordo com a Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial da UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura, “a protecção legal dos bens culturais imateriais traduz-se num processo de inventariação” e, nesse sentido, será feito um pedido de inclusão no Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
“O processo de inventariação justifica-se sobretudo ao nível da valorização e divulgação do património terceirense e não tanto para a preservação do mesmo, uma vez que a vitalidade que o Carnaval da Terceira evidencia afasta, para já, quaisquer preocupações quanto à necessidade de salvaguarda urgente”, frisa.
Quanto ao trabalho já realizado, o Governo Regional informa que foram afectos recursos humanos da Direcção Regional da Cultura “com vista à preparação e posterior execução de uma abordagem directa junto de todos os responsáveis de todas as danças e bailinhos e que recaiu sobre a edição do Carnaval de 2015, que contou com um universo de 60 danças e bailinhos”.
A tutela acrescenta que pediu a colaboração do Museu do Carnaval Hélio Costa, que será a entidade proponente do processo de inventariação, bem como do Museu de Angra do Heroísmo e da Biblioteca Pública e Arquivo Regional desta cidade.
Além dos representantes dos 60 grupos que participaram no Carnaval de 2015, a Direcção Regional da Cultura ouviu, ainda, pessoas que deram um contributo significativo para esta manifestação cultural e responsáveis pelo trabalho de bastidores, como a preparação de trajes e a recepção dos grupos nos salões. (Lusa)