Em Esmoriz, é possível “EnvelheSER em Casa”
O projecto “EnvelheSER em Casa”, recentemente premiado pelo BPI Sénior Fundação La Caixa, promovido em parceria pelo Centro Comunitário de Esmoriz e pela Fundação Padre Manuel Pinho e Irmã, ambos do concelho de Ovar, é um novo projecto social de intervenção junto de seniores que arrancou este mês.
Apresentado, na semana passada, no auditório da Junta de Freguesia de Esmoriz, trata-se de um projecto que pretende ser inovador e potenciador de um envelhecimento activo no contexto natural de vida dos seus utilizadores, colocando à sua disposição uma variedade de serviços totalmente gratuitos e individualizados.
Segundo Jacinta Valente, directora do Centro Comunitário de Esmoriz, o projecto surge como “uma nova resposta para as pessoas com mais de 65 anos, das freguesias de Esmoriz e Válega, que vivem sós ou com outras pessoas igualmente idosas e que não têm respostas de apoio formal”.
O projecto “EnvelheSER em Casa” consiste em proporcionar condições para um envelhecimento activo, baseado na segurança usando a teleassistência, visitas regulares e o envolvimento da comunidade, a participação activa e propondo o acompanhamento a consultas médicas e a vigilância dos cuidados de saúde.
A ideia nasceu no seio do centro Comunitário de Esmoriz, atendendo a que “o fenómeno do envelhecimento da população é uma realidade”, explica Jacinta Valente. O projecto arrancou este mês e tem o fim marcado para o dia 30 de Novembro deste ano, envolvendo uma equipa constituída por dois técnicos, um assistente social e um gerontólogo.
O Centro Comunitário de Esmoriz aproveitou a oportunidade para apresentar os resultados do Diagnóstico Gerontológico da Freguesia de Esmoriz, actividade que se insere no Programa de Comemorações dos 20 anos da Instituição que se celebra este ano em Novembro.
Através de um questionário feito porta-a-porta a uma amostra constituída por 255 pessoas com 65 e mais anos, verificou-se que a população é, na sua maioria, constituída por mulheres autónomas do ponto de vista físico e cognitivo, com formas muito diferentes de viver o seu envelhecimento.
“O seu ideal é viver em suas casas com o apoio da família ou de um cuidador formal”, explicou a responsável, acrescentando que “o estudo disse ainda que os idosos encaram a velhice com optimismo e segurança, mas verifica-se a existência de muitos preconceitos”.
Jacinta valente diz que, após 20 anos de trabalho do centro, “esta questão do envelhecimento é um grande desafio, pois a exclusão social da comunidade piscatória, por exemplo, já não é tão marcante”. “Temos muita gente que já está inserida profissionalmente, que fez formação e que melhorou as suas condições de vida”.
Hoje, o Centro Comunitário não trabalha apenas as pessoas da praia, abrangendo todo o concelho de Ovar. “Temos vários projectos concelhios, sendo que o de prevenção tem quase 11 anos e o de reinserção nasceu em 2017. Os nossos serviços são todos gratuitos e dependemos de apoios do Governo, do município e da Junta de Freguesia de Esmoriz, estes dois parceiros fundamentais”, salientou.