Opinião

Futebol: Fases de confiança – João Gomes

No seguimento do que escrevi no primeiro texto desta coluna sobre a importância da psicologia e filosofia no futebol, surge, como factor de relevo emocional, a confiança. Muitas vezes subvalorizado, este aspeto determina, com frequência, a forma de actuar do futebolista.

O jogador e a equipa
O jogo de futebol, na minha óptica, é dividido em vários momentos (fases) de confiança, diferentes em cada caso (equipa), onde existe uma vertente individual e colectiva da mesma: A confiança do jogador e a confiança da equipa. Obviamente, estas estão interligadas, uma vez que são os jogadores que fazem a equipa. No entanto, podem existir dissonâncias entre a confiança geral do colectivo e a confiança individual do jogador, o que pode levar, ocasionalmente, a uma performance menos aguerrida do segundo, e vice-versa.

Gestão da confiança
Esta é, muito provavelmente, uma das facetas mais complicadas de gerir num plantel, uma vez que é necessário existir uma interligação forte entre como o jogador /equipa sentem e o que o jogador/equipa necessitam de executar. Há bastantes variáveis psicológicas que afectam o atleta que, como humano, não consegue controlar a sua mente de forma absoluta.
O treinador deve limitar para 2 (3 no máximo) as motivações/ambições da equipa, de forma a impulsionar um sentido de cumprimento de objetivos bem estipulado, que estimule o ambiente harmonioso do grupo. Ao jogador cabe a responsabilidade da manutenção da sua própria saúde mental, sempre com acompanhamento da equipa técnica. Mas o atleta é o primeiro responsável em relação à sua condição psicológica. Se não for tão forte neste sentido deve recorrer o auxílio da psicologia e filosofia, algo já falado no texto anterior, para se manter confiante.

A este nível, os responsáveis devem ser sensíveis ao ponto de entender que o nível de confiança pode advir da reação à comunicação efetuada, o que exige uma maximização da personalização da relação com o atleta.

A confiança e a forma física
A confiança deve ser gerida como a forma física, onde há picos e baixas. Claro que é uma variável muito mais incerta e complicada de prever por razões explicadas anteriormente. Mas se o treinador for conhecendo os jogadores torna-se mais capaz de padronizar os seus modelos de confiança, o que facilita o seu processo de comunicação e o feedback em relação a vários aspectos do jogo.

Depois, existem também factores que influenciam de forma mais evidente que outros e que podem ser importantes informações para o técnico, tais como: a meteorologia, o adversário, os colegas de equipa, as condições de treino/jogo, a reacção à falha, entre outros.

A gestão da confiança é, portanto, uma função fulcral do técnico, que visa a melhoria das perfomances individuais e colectivas, tendo em conta os objectivos delineados. Por esta razão, existem vários treinadores que primam mais pela sua aptidão de gestão e liderança do que propriamente pelos seus conhecimentos técnico-tácticos.

João Gomes

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