Eva Seixas no Moda Lisboa a lutar por um lugar ao Sol

Eva Seixas é Designer de Moda e artista visual, formada na Escola de Moda do Porto e no Modatex, também no Porto, onde concluiu o curso de Design de Moda.
A sua prática distingue-se pela capacidade de transformar conceitos em narrativas visuais consistentes, aliando pensamento crítico, investigação estética e domínio técnico.
Eva explora a moda como um campo multidisciplinar, onde se cruzam a experimentação têxtil, a conceptualização artística e a produção de dossiês criativos e técncnicos.
A designer vareira vai apresentar a coleção “A Casa Morreu”, nas suas palavras, “uma interpretação íntima do conceito de lar, onde espaço, pertença e memória se entrelaçam na urgência da reconstrução”.
A obra aprofunda temas já explorados anteriormente, retratando a casa “não apenas como abrigo, mas como uma entidade que transita entre o físico, o emocional e o filosófico”. No meio da transitoriedade dos lugares e da necessidade urgente de reivindicar um espaço, uma pergunta ecoa: “Na busca por um lar, o que toleramos em nome da companhia, do anseio por comunidade?”
Antes que seja tarde demais, antes que se dissolvam os limites entre o que foi e o que será, o círculo permanece – sempre retorno, sempre casa.

No dia 3 de outubro, às 18h, no Pátio da Galé, é conhecido o trabalho dos nove designers selecionados, e escolhidos os finalistas desta edição do concurso de Jovens Designers da Moda Lisboa – Sangue Novo que regressa pelo imperativo de criar espaço para a geração que chega.
Um espaço onde a experimentação é assumida como prática central.
Este imperativo é automaticamente clarificado numa primeira análise dos temas que atravessam os projetos apresentados: a libertação do corpo masculino da neutralidade estética; a adaptação social a cenários de conflito; a inversão de estereótipos de género; a procura de um lugar de pertença; o estado onírico da inocência; a desinformação que inflama a opinião pública; o questionamento de uma perspetiva eurocêntrica da Moda; a crueza industrial; a beleza da identidade; e o confronto com a dureza de condições de trabalho injustas.
Estes são sinais de um pensamento que não se contenta em reproduzir formas, mas que procura intervir nos sistemas que as sustentam.
Sempre com os olhos postos no futuro e de forma a promover uma reflexão profunda sobre a indústria da moda e tudo aquilo que a rodeia, a Moda Lisboa elegeu “Base” como o tema central daquela que é a sua 65.ª edição, entre 1 e 5 de Outubro próximo.
Além de Eva Seixas – que se apresenta aqui com o nome Cruzeiro SEIXAS Eva, o concurso Sangue Novo supported by Seaside conta com mais oito jovens designers: Adja Baio, Ariana Orrico, dépaysement non-lieu, ELIO, Inês Almeida, Mafalda Simões, Mariana Garcia e Usual Suspect que vão competir por um lugar no mundo da moda.
“O que acontece quando nos detemos naquilo que sustenta, em vez daquilo que se exibe? Que camadas simbólicas, materiais e económicas habitam as fundações de um sistema criativo? E que possibilidades se abrem quando deixamos de olhar a Moda apenas como forma e passamos a entendê-la como campo expandido de produção de conhecimento, de memória e de futuro?”, são questões lançadas no comunicado enviado pela organização.