Opinião

A Ferrovia e Ovar; Oportunidades e Ameaças – Por Pedro Braga da Cruz

No sábado, 16 de julho, ao longo do dia, a Plataforma Cidades, em parceria com a Câmara e a Assembleia do Município de Ovar, promove uma reflexão sobre as transformações decorrentes da “nova ferrovia”.

A primeira nota é que os efeitos, positivos e negativos, da “nova ferrovia” irão impactar os municípios e as comunidades que serve.

. A construção de uma nova ligação entre Lisboa e Porto para comboios de velocidade elevada se, por um lado, irá encurtar o tempo de viagem para 1h15m, por outro lado, irá aumentar a fluidez dos tráfegos suburbano e de mercadorias que irão permanecer na Linha do Norte.
. A prazo, Ovar irá beneficiar da quadriplicação da via até ao Porto, e, desejavelmente, até Aveiro.
Com estas alterações da infraestrutura ferroviária, e com a inerente melhoria das condições de circulação para os passageiros, as distâncias encolhem, pois com tempos de viagem menores, Ovar estará mais próximo de Lisboa, do Porto, de Aveiro…

No que se refere ao transporte de mercadorias a pergunta é como fazer do transporte ferroviário uma vantagem competitiva para as empresas. As linhas do Norte e da Beira Alta integram o Corredor Atlântico das Redes Transeuropeias de Transporte e dispõem de pontos de transferência modal nos portos de Aveiro e de Leixões.
. Sabendo-se que o modo ferroviário, por si só, não é adequado ao transporte porta a porta, que deverá ser feito relativamente aos pontos de transferência modal ferro-rodoviária? E onde deverão estes ficar localizados?

Situando-se Ovar no limite norte da Região Centro, parece, por vezes, que ao nível dos instrumentos de ordenamento do território é descurada a articulação com os municípios vizinhos que integram as Terras de Santa Maria (Santa Maria da Feira, São João da Madeira e Oliveira de Azeméis).

Analisando a rede ferroviária existente encontramos a Linha do Vale do Vouga, que atravessa esses municípios. A pergunta que surge é aproveitado, melhorando o nível de serviço, e constituir deslocações entre os municípios do sul da Área Metropolitana do Porto e os do norte do Baixo Vouga.

Há muitos temas a merecer atenção: o impacto do transporte ferroviário de velocidade elevada; oaumento da capacidade no suburbano; a valorização do transporte ferroviário de mercadorias nas cadeias de abastecimento das empresas; o potencial da Linha do Vale de Vouga modernizada para
facilitar as acessibilidades intermunicipais.

Porque nos cabe a todos contribuir para que o município de Ovar saia vencedor da transformação ferroviária que está a ocorrer no país, o dia 16 de julho é uma oportunidade a não perder para os atores da Academia e, de um modo geral, para todos os cidadãos interessados em propiciar as condições para um desenvolvimento sustentável para a sua/nossa terra.

Texto da responsabilidade de (*) J. Pedro Braga da Cruz membro da PLATAFORMA Cidades

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