Saúde

Integração de Ovar nas novas ULS debatida em audiência parlamentar

O tema foi abordado em audiência com a Comissão da Saúde que contou com deputados do PSD, PS e Chega, na sequência da contestação popular gerada em Ovar face à possibilidade de o Governo referenciar o município para os hospitais de Aveiro e Coimbra, a 50 e 100 quilómetros de distância, quando há décadas os seus cerca de 55.000 utentes vêm sendo acolhidos nas unidades da Feira e de Gaia, a 10 e 40 quilómetros.

O social-democrata Salvador Malheiro, presidente da Câmara de Ovar, começou por lamentar que o Governo tente “descartar responsabilidades” ao não assumir que a reorganização do Sistema Nacional de Saúde é exclusivamente da sua competência e não das autarquias, mas agradeceu o interesse dos três partidos que se fizeram representar na comissão e, embora criticando a ausência dos restantes, apelou a que todos insistam na adesão dos utentes vareiros à ULS da Feira.

Notando que, na Câmara e na Assembleia Municipal de Ovar, todas as decisões favoráveis à opção pela ULS da Feira têm merecido a unanimidade dos vários partidos com representação nesses órgãos, o autarca afirmou: “Importa contagiar o mesmo clima de união para este lado [do poder legislativo]. Há aqui deputados que têm um bocadinho mais de influência junto do Governo. Queríamos que o Governo decidisse como deve ser”.

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O vice-presidente da Câmara de Ovar, Domingos Silva, realçou, contudo, que, a avaliar pelo plano de negócios da nova ULS de Aveiro, “tudo indica que a decisão já está tomada” – no sentido de incluir o concelho na estrutura que menos agrada aos seus habitantes. Para o “número 2” de Salvador Malheiro, isso será um erro, já que “o que deve presidir [à reorganização visada pelas ULS] são os ganhos em saúde para os munícipes de Ovar e isso não está demonstrado no plano de negócios”.

Susana Correia, deputada do PS, mostrou-se favorável à preferência da Câmara de Ovar pela ligação à Feira, lembrando, aliás, que ainda esta semana o seu grupo parlamentar deu entrada a um projeto de resolução recomendando ao Governo uma decisão nesse sentido.

Carla Madureira, eleita do PSD, acusou os socialistas, contudo, de aproveitamento político nessa matéria, defendendo que tiveram oportunidade de agir antes de o tema se tornar polémico.

Pedro Frazão, do partido Chega, referiu que “dez anos depois da criação da última ULS, a direção executiva do SNS veio ressuscitar este modelo e não cabe aqui discutir se é bom ou mau – sobretudo num SNS em pré-caos”.

O deputado criticou o que considerou ser a incoerência expressa num plano de negócios que, justificando a necessidade de novas ULS com a intenção de promover a “proximidade de organização e decisões”, apresenta logo de início “o que muitos consideram uma falha”.

Ovarnews/Agências

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