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Record do Guiness liga Avanca e Arábia Saudita

A multinacional holandesa Losberger De Boer construiu e entregou em tempo recorde o Jeddah Superdome, na Arábia Saudita, a tempo deste abrir oficialmente suas portas em 9 de junho de 2021. A complexa estrutura da cúpula ficou pronta três dias antes do previsto e isso permitiu concluir o projecto dentro do prazo, apesar das interrupções resultantes da pandemia COVID-19. O Jeddah Superdome não é uma obra qualquer. Ainda mal abriu e já detém os títulos do Guinness World Records para a maior cúpula geodésica do mundo e a maior cúpula com telhado contínuo.

É um espaço de eventos multiusos e terá um papel fundamental no programa de eventos da temporada de Jeddah, cidade plantada na costa do Mar Vermelho, na Arábia Saudita. Desde espectáculos ao vivo, concertos e eventos desportivos, a cúpula hospedará alguns dos eventos de maior destaque do Reino.

Em fevereiro de 2020, a Losberger De Boer ganhou o projecto de construção da cúpula pela operadora do Jeddah Superdome, a Sela Sports Company, empresa líder em gestão de eventos com sede na Arábia Saudita. A Losberger De Boer comprometeu-se na construção da estrutura, juntamente com uma função de consultoria de projeto, coordenando com subcontratados atribuídos pela Sela Sports Company. Além de fabricar e construir a estrutura da cúpula, Losberger De Boer também instalou a cobertura, paredes e portas de PVC.

Com diâmetro de 210m e oferecendo uma área coberta de 34.636m² e uma área superficial de 39.753m², a cúpula possui uma viga circular construída em 326 toneladas de aço para suportar os anéis da estrutura. Quadro da Losberger De Boer no Médio Oriente, Nuno Tiago Vital, que já tinha sido nomeado para “Site Infrastructure Manager of the Year” (Gestor de Infra-estrutura do Ano), no Dubai, recebe o Jeddah Superdome nos ombros.

“Do ponto de vista pessoal, como se pode imaginar, este foi o maior desafio até hoje”, salienta, ele que já teve experiências em Jogos Olímpicos, Campeonato do Mundo de Futebol, Carnaval do Rio e até mesmo as Jornadas Mundiais da juventude, no Rio de Janeiro, em 2013, evento com três milhões de pessoas numa missa em Copacabana. “A responsabilidade aumenta com o tempo e o percurso”, reconhece.

A princípio, o avancanense estranhou os hábitos do país: a ausência de cinemas, de discotecas, de bares onde se possa beber um copinho (a proibição do álcool é cumprida de forma draconiana), o lugar subalterno a que as mulheres são relegadas. “É muito diferente do que estamos habituados, mas uma pessoa adapta-se e habitua-se a tudo”, garante. “Mas isto está a mudar”, avisa. “Mais de 70% da população tem menos de 35 anos e desses muitos estudaram na américa e na Europa. Já viram o Mundo e quando regressam querem um igual para si”.

Um país diferente

Aliás, o país é já diferente daquele que encontrou há cinco anos: “As coisas estão muito mudadas – já há cinemas, as mulheres passaram a conduzir e já não são obrigadas a usar a Abaya”. Mais: “Aliás, o Reino desenvolveu uma app para as mulheres – se alguém importunar uma mulher por ela não estar tapada, basta abrir a app, tirar uma foto da pessoa que a está a incomodar, a informação é imediatamente enviada à polícia e essa pessoa pode ficar em muito maus lençóis”, revela.

Desde que está no Médio Oriente, em que progrediu hierarquicamente até encarregado geral, aprendeu que, por estas paragens, luxo é a norma, a grandiosidade sumptuosa uma questão de princípio. Os acabamentos também são de primeira água, com materiais importados dos quatro cantos do mundo.

Desta vez, a pandemia alterou os planos. “Montar uma estrutura de shows desta envergadura, no espaço de tempo acordado e com uma pandemia a decorrer, obrigou-nos a uma ginástica operacional gigante, a alterar procedimentos, a implementar soluções de última hora”.
Depois, a mão de obra qualificada em países como este é praticamente nula – os operários são bangladeshis, filipinos e somalis -, logo o encarregado português é forçado a gerir uma pequena babel em estaleiro. A solução, engenhosa, passou pelo aperfeiçoamento gradual de uma “espécie de língua que só nós é que entendemos”. “Consegue-se entender o tamanho da confusão que poderia ter sido. Felizmente correu tudo bem, com zero casos covid, entregue a tempo e com a qualidade que se espera do nosso trabalho”.

A integração de Tiago Vital foi boa atendendo ao facto da Arábia Saudita ser uma sociedade tão rígida e fechada. Também não se queixa do desterro no meio do deserto. Pelo contrário. Mas já pensa em voltar a Portugal, porque “há muito para fazer no mercados de eventos”. “Talvez depois do Mundial de Futebol no Qatar que é já em 2022”, desvenda.

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