Opinião

Mais uma promessa, só promessa? – Florindo Pinto

De intenções, para mais intenções tomar conhecimento, e no que respeita à feitura de grandes obras, tem andado Esmoriz a ser embalado e a viver ao longo dos tempos.

A condição de “explorado” e vítima do domínio “colonizador”, exercido pela autarquia vareira, não lhe permite “caminhar” pelos seus pés, executar o que pensa, e de fazer aquilo que por cá falta, e que continuará a faltar, enquanto a libertação não chegar.

É sabido, e por muitos reconhecido, o quanto a indústria de tanoaria representa para esta terra de Barrinhotos.

O sonho de se ter entre muros um museu, que seja o testemunho e represente um passado, que por cá, nos dias de hoje, ainda se vive, é a “companhia” de uns tantos Esmorizenses.

Em tempo de campanha eleitoral, a promessa de implantação desse “bem”, foi feita. Realizadas as eleições, a promessa passou a constar de um rol de prioridades e, como vem sendo hábito, será uma “prioridade”, mas sem data, nem tempo, para a sua execução e deixar de o ser.

Por enquanto, a assinalar a “tanoaria”, temos o monumento no centro da cidade, e o estaleiro de barris, em cimento, na praia.
O lembrar, o pedir e o exigir para, e por, Esmoriz, devido a razões de certa afinidade, na Voz, perdeu-se a voz.

Falou-se, e fala-se, na aquisição e recuperação de uma das muitas oficinas, agora a degradar-se, em ritmo acelerado. A ideia é simpática, talvez interessante e com a lógica da ligação à profissão. Mas, com que custos? Elevados, ou elevadíssimos, por certo. Essa realidade será o argumento para não mais se fazer – a obra é de custo elevado e não temos dinheiro -, é o que vamos ouvir e o que será dito pelos edis vareiros.

Argumentam para não fazer e não dizem quanto de Esmoriz recebem em dinheiro, e que aos seus cofres, ido de cá, chega aos montões.
E se a “presença” de um museu é considerada de necessária, e a Câmara não quer dispor dos euros indispensáveis para a sua implantação, por que não, e para remediar, estudam, em conjunto com as oficinas que se mantém em actividade e que foram integradas na rede museológica de
Ovar, forma de “mostrar”, em local apropriado o que à industria esteve e está ligado.
Criar umas salas de exposição, inseridas no espaço de fabricação, para além de não originar grandes despesas, permitiria aos “visitantes” viver o passado, olhar o presente e perspectivar o futuro.

Garantidamente que as peças de ferramenta não se perdiam, o “olhar” era possível, o “sentir” vivido e os “muitos/muitíssimos” euros, poupados.
Tudo isto deveria acontecer enquanto a promessa que foi promessa, é promessa e de promessa não passará, nunca.

Será que em Ovar, da catrefada de imposto, sobram uns troquitos para em Esmoriz gastar?

Florindo Pinto
(Foto de José Fangueiro)

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