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Exposição de homenagem a Aurora Libório

Depois de mais um momento de rara beleza humana como o que foi vivido na inauguração da mostra de pintura  de Aurora Libório, pode-se concluir, que mais do que uma instituição que guarda um vasto espólio de diferentes áreas artísticas, o Museu de Ovar preserva também laços de profunda amizade com os artistas.

Eles são autores de muitas das obras que ao longo dos tempos assim vão ganhando visibilidade, trazendo à memória colectiva os seus autores e obras, independentemente da sua idade como aconteceu com esta pintora, que perante os muitos colegas utentes do Lar da Santa Casa da Misericórdia de Ovar em que está integrada, se referiu à sua obra, como “feita com paixão e com o coração”.

Aurora Libório ou Aurora Almeida, como também chegou a assinar os seus trabalhos, disse ainda que chegou a pensar “não expor mais”, mas acabaria por corresponder ao desafio do Museu de Ovar para reunir obras que vão desde a aguarela de 1956, “A minha tia”. ou a óleo, “A minha mãe”, de 1986.

Integram ainda esta exposição, “Cristo” (2002), “Estudo” (1956), “Perseguição” (1981), “A dor” 2007 ou “Casa abandonada” um óleo de 2007 entre outros trabalhos que podem ser vistos até ao dia 10 de outubro.

Depois do diretor do Museu de Ovar, Manuel Cleto, apresentar Aurora Libório como “uma grande mulher”, Manuel Oliveira Dias enalteceu a iniciativa do Museu e realçou a importância de se valorizar e reconhecer em vida o trabalho desenvolvido. “Muitas vezes não vão tendo o carinho que a idade exige”.

Referindo-se à artista, utente da Instituição da qual é provedor, lembrou uma senhora que “criou uma empatia grande” entre os colegas da Santa Casa da Misericórdia que, entre amigos e familiares presentes, que fizeram questão de participarem nesta sentida homenagem assumida pelo Museu de Ovar que reúne entre o seu espólio, obras da artista a quem foi ainda desejado que se sinta considerada como pessoa e como artista.

Em Válega, terra em que Aurora Libório nasceu em 1921, a sua sensibilidade artística está espelhada na grande tela do altar-mor da Igreja local. Teve a sua primeira exposição em 1955, na cidade angolana do Lobito, e mais tarde de regresso a Portugal, para aperfeiçoar a técnica do retrato humano, teve como mestres, Joaquim Lopes e Alberto de Sousa. A segunda e última exposição individual desta artista que ao longo de meio século pintou centenas de quadros a óleo, aguarela, pastel e carvão entre outras técnicas, aconteceu em Espinho, até que, o Museu de Ovar resgatou o seu nome de um longo esquecimento a que foi votada, contribuindo assim para a obra da artista Aurora Libório voltar a ocupar o lugar que merece.

JL

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