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Cortegaça: Arqueólogos descobrem cemitério de igreja datada do século XIII (DA)

Antes da actual igreja, cuja construção apenas terminou em 1918, Cortegaça tinha um templo anterior, localizado nas imediações do actual e que foi demolido para lhe ceder o culto. Na actualidade, decorre nova obra naquela zona de Cortegaça, desta vez é a construção da Alameda do Padre Manuel Dias da Silva e Arranjos envolventes, promovida pela Câmara Municipal de Ovar.

Avaliada em 500 mil euros, projectada por dois cortegacenses, Luís Miguel Oliveira e Carlos Violas, a construção desta alameda pretende atribuir a esta área de equipamento religioso uma nova centralidade. Foi no decorrer destes trabalhos que foram descobertos vestígios da antiga igreja e respectivo cemitério. Gabriel Pereira, da Nexo, empresa que está a fazer o acompanhamento arqueológico, explicou ao Diário de Aveiro, que “se previa que tal viesse a acontecer, pois sabia-se que por aqui tinha existido uma antiga igreja, por volta dos séculos XII ou XIII”.

Este templo, segundo o técnico, foi sendo reformulado ao longo dos tempos, até sensivelmente ao século XIX, altura em que se decidiu construir uma nova igreja que só viria a ficar concluída em 1918, como se disse. “Quando esta ficou pronta, foi demolida a anterior igreja”, explica Gabriel Pereira, cujo trabalho da equipa de arqueologia que lidera centra-se em “tentar perceber os vestígios da antiga igreja”. Segundo disse, “isso tem sido possível, pois temos encontrado os alicerces da velha igreja à medida que a actual obra da alameda está a avançar”.

Particularmente impressionante é a descoberta de “vestígios de áreas de enterramento, que eram muito comum acontecerem no interior da igreja ou no seu largo”, conforme revelou.
Foram ali encontrados vestígios de ossos dispersos, provavelmente remexidos em anteriores intervenções, como sucedeu na década de 1990, sem acompanhamento arqueológico.

O aparecimento de um esqueleto que parece estar intacto entusiasmou a todos. “O que temos ali é um enterramento que não queremos destruir minimamente”, referiu o técnico que ainda não tem informação suficiente para poder datar o achado. O arqueólogo, que está a supervisionar os trabalhos em Cortegaça, informou que a sua empresa vai agora procurar “escavar mais em busca de informação que possa ser valorizada ou mesmo salvaguardada para uso posterior”.

Uma coisa garantiu: “Não vamos suspender os trabalhos de construção da alameda que aqui decorrem, vamos tentar conciliar o nosso trabalho com o andamento da obra, que é, aliás, o que está a acontecer”. “Se assim não fosse também não teríamos encontrado estes vestígios”, concluiu Gabriel Pereira. (Ler in Diário de Aveiro)

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