A final da Taça Distrito de Aveiro em futebol feminino foi o ponto alto da sua curta carreira de treinador.
Em 2016, Cândido Costa, antigo futebolista profissional, coroou a sua aposta enquanto treinador da estreante equipa feminina da Ovarense com uma presença na final.
Antes, em 2014, tinha assinado pelos seniores onde colocou um ponto final na carreira de jogador no ano seguinte.
Respondendo a uma questão relativa ao seu final de carreira na Ovarense, explicou que na cidade, “há um clima que paira no ar de gente forte. Gente de trabalho”. Para o actual comentador do Canal 11, “ter jogado na Ovarense embeleza o meu currículo, não o estraga. Tenho orgulho. Do clube mas sobretudo dos grandes companheiros que la encontrei. Receberam me de braços abertos e trataram-me com muito carinho”.
A seguir, passou para o banco liderando o projeto feminino vareiro.
Em 2017, mudou-se para o banco do clube da terra natal, a Sanjoanense, ao mesmo tempo que iniciava outra aventura: a de comentador desportivo na TVI e estava prestes a nascer uma figura da televisão nacional.
A história de Cândido Costa no futebol poder-se-ia confundir com a de tantos outros jogadores apontados como grandes promessas nacionais, mas que nunca chegaram a cumprir com o potencial anunciado. Em 1999 conquistou o Europeu sub-18 pela Seleção Nacional e, um ano depois, estreava-se pela equipa principal do FC Porto, chegou a jogar nos ingleses do Derby County. De Inglaterra veio com uma dentadura nova.
No campo, era pomposo, sempre soltinho mas acima de tudo carismático.
De jovem promessa do nosso futebol, à face mais visível daquilo que o futebol realmente devia ser: alegria.
Passou pelo SC Braga, foi bastante feliz no Belenenses. Deverá ter sido no Restelo onde se sentiu mais importante e útil. Ainda se aventurou na Roménia, mas o seu perfume da Versace esfumou-se e voltou a casa para terminar a sua carreira… em Ovar.
Nas palavras do próprio, faltou-lhe a consistência no chamado “trabalho invisível”. Algo que o fez explodir na formação, mas, por virtude da falta de manutenção, já em sénior, não cumpriu o que prometeu.
Nas lonas e a frequentar um curso no IEFP de Aveiro, aventura-se na televisão. O Porto Canal foi a porta de entrada, como comentador, explicando o que via nos relvados. Seguiu-se a TVI. E, depois a inesquecível participação no programa Sagrado Balneário do Canal 11.
Felizmente, há vida após o futebol.
A Pandemia apanhou-o em Ovar, onde ficou retido com a esposa grávida. Nunca escondeu que teve medos e receios mas manteve um estado de espírito positivo. “Tenho dias em que estou mais confiante, outros em que estou completamente ‘borrado’ de medo. Faço filmes na minha cabeça”.
Hoje é exemplo para os mais jovens pela sua carreira, dá memes nos grupos de whatsapp, é citado pelas suas histórias hilariantes nas conversas de café fazendo dele um fenómeno.
A forma genuína como se conecta com as pessoas, como veste a camisola de cada terra por onde passa, como saca gargalhadas de alegria das gentes que se alimentam do nosso desporto.
Também concilia o Futebol do Teorema de Pitágoras, que muitos fazem parecer difícil, ficar simples quando ele de forma clara alicerça o seu comentário, na sua experiência.
Recentemente, tornou-se num dos participantes mais bem-sucedidos na terceira temporada do Taskmaster, programa transmitido pela RTP e daqui já é requisitado para campanhas publicitárias: Cândido Costa é “embaixador” da marca Solverde.pt. O apresentador partilha conteúdos nas redes sociais da Solverde.pt com regularidade”. Também a Leroy Merlin lançou uma campanha que alia o humor a Cândido Costa, ex-futebolista e agora entertainer.
