Opinião

A oportunidade faz-se com o caminho que percorremos – Ricardo Alves Lopes

Não gosto de me repetir, devo confessar. Acho uma falta de respeito para as pessoas, que simpaticamente por aqui passam para me ler, andar a falar em círculos, sempre à volta das mesmas temáticas, como se fosse um entendido de coisa nenhuma.

Mas, na verdade, sou mesmo um entendido de coisa nenhuma, gosto de laborar sobre as coisas que me interessam, aguçar a minha curiosidade sobre as coisas que me fascinam e abordar os temas que me cativam, mas não sou tão entendido assim. Sou um jovem com uma vida pela frente, que vai procurando os seus caminhos e os seus interesses. Cada vez, são mais óbvias para mim as respostas. O que mais me fascina são as pessoas. São elas que dão vida aos locais, são elas que movem os projectos e até são elas que controlam as tecnologias. Para um computador ser mais inteligente que nós, já um homem teve que ser mais inteligente que um computador. E isso é fascinante, ao menos, para mim.

Posto isto, gostava de dizer que Ovar não é execepção, é mais uma localidade em evolução, ao nível de estruturas no mandato anterior e de actividades no actual, mas que não descura o que são as suas gentes. Perdoem-me as grandes obras realizadas, as grandes condições criadas, mas o que cria a nossa cidade são as pessoas.

Esta semana faz sentido referir as Festas do Mar, a devoção das pessoas que as organizam, tantas vezes com dificuldades, as pessoas que fazem directas a criar um tapete de flores que rivaliza com um qualquer de arraiolos, ou até as gentes que pelo Furadouro andam. São gente, cheia de alma e coração, que engrandece a nossa cidade, mesmo que muitos não o compreendam.
Mas não é apenas isto, há mais. Há o empreendedorismo, que tantas vezes é falado como uma banha da cobra, mas que numa economia em recessão, num país estagnado, pode ter efeitos que a todos muito interessa. E o que é o empreendedorismo? É, claro, a procura de lucro, a ida atrás da oportunidade de negócio, a vontade de fazer, mas também é mais.

O que poucos referem em relação ao empreendedorismo é que ele é feito de paixão. Numa altura que o país passa dificuldades, que nós passamos dificuldades, quem arriscaria criar um negócio se não amasse o que nele vai fazer?
Penso que poucos, e em Ovar essa regra está a comprovar-se. Temos skates artesanais a percorrerem as televisões e toda a imprensa (RISKA – handmade boards), bicicletas em madeira (MUD Cycles), ideias e projectos, como parte do F.U.R.A (Biscuit), especialistas em Facebook para empresas (Mdigital), cozinha de requinte (XS) e mais uma série de projectos, que de momento não recordo ou não conheço, mas que em nada se diminuem por isso.

Sou um jovem, com licenciatura e um emprego estável, com algumas aventuras por projectos alheios, mas que ainda não avancei com nenhum verdadeiramente meu. Podia ficar triste ou frustrado com isso, mas não. Acho que a vida se faz de oportunidades, que todos os que acima referi as aproveitarem e merecem o elogio por isso, e vou continuar a trabalhar para que a minha oportunidade chegue.
Sabem, uma coisa que nunca referem quanto a isto do empreendedorismo, é a parte do profissionalismo e da aprendizagem. Os projectos que acima referi crescem e são de louvar, mas porque, por detrás de toda a paixão e de todo o sentido de oportunidade, existe uma busca de informação, uma aprendizagem e um trabalho, que na hora de admirar (e até invejar) quase nunca nos lembramos.

Pensem nisto: a oportunidade faz-se com o caminho que percorremos.

Ricardo Alves Lopes (Ral)
http://tempestadideias.wordpress.com
[email protected]

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