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Padre Paulo Bladek celebra 25 anos ao serviço dos Aradenses

Paulo Bladek ou simplesmente Padre Paulo, como é conhecido em Arada, está a completar 25 anos de sacerdócio ao serviço daquela paróquia. A população organizou, esta quarta-feira uma celebraçã festiva de homenagem para marcar a passagem da efeméride.

Paulo Bladek é feliz em Arada onde todos gostam dele.

Da fronteira entre a Polónia e a Ucrânia, onde nasceu, partiu para Angola onde permaneceu durante 13 anos. De lá trouxe lembranças dolorosas, como o medo da guerra e as febres da malária, mas foi também lá que se surpreendeu com coisas simples, como o ser cumprimentado com um beijo. Um homem com corpo de guerreiro não estava habituado.

Dos dez hectares de terra onde, desde tenra idade, estava habituado a trabalhar com os pais partiu para o seminário aos 18 anos, no qual, em 1978, recebeu a notícia de que o novo papa era polaco. “A eleição do papa João Paulo II foi um motivo de grande orgulho para os polacos e operou uma certa influência em muitos jovens, que seguiram, na altura, a via do sacerdócio”, explica padre Paulo que, por sua vez, havia sido guiado por um sonho de menino: o desejo de ser missionário.

Em 1982, após uma visita do bispo de Angola à Polónia, onde deu a conhecer o trabalho realizado nas missões, padre Paulo seguiu rumo a África.

Depois de uma passagem de meio ano por Lisboa, para aprender a língua portuguesa, chegou a Angola e desde logo foi surpreendido pelos costumes. “Na Polónia estava habituado a associar a religião ao silêncio”.

“Em Angola, as pessoas queriam participar activamente nas missas e isso tornava-as muito diferentes”. Mas o que mais o espantou foi mesmo a forma como era acolhido quando passava na rua. “As crianças rodeavam-me a gritar «É o senhor padre! É o senhor padre!». De todos os lados vinham cumprimentar-me e beijar-me, a mim, a quem nem o meu pai beijava. Na Polónia, os beijos foram importados do estrangeiro, dos filmes. “Fui educado no sentido de que mimos a mais são prejudiciais ao sentido de responsabilidade”.

Em 1995, muito doente, o padre Paulo teve de regressar à Polónia para se curar e ainda pensou em voltar. Em 1997, fez escala em Lisboa e foi lá que descobriu a falta de padres em Portugal. Não pensou duas vezes.

“Fui acolhido em Arada de braços abertos”. Presidiu à sua primeira missa no dia 2 de Fevereiro de 1997, o dia em que se comemora a Senhora das Candeias, mas também o dia em que Jesus foi apresentado no Templo, com apenas 40 dias de vida, e por isso mesmo teve um significado muito importante para mim”.

Na paróquia de São Martinho de Arada, padre Paulo sente-se realizado. “Desde que tenhamos vocação, devemos procurar cumprir os nossos íntimos desejos e eu penso tê-lo conseguido.”

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