PCP: “Nem um direito a menos! Confiança e luta por uma vida melhor”
A Direcção da Organização Regional de Aveiro do PCP (DORAV) realizou, na passada sexta-feira, dia 19 de Junho, no Jardim do Cáster, um debate subordinado ao tema “Nem um direito a menos! Confiança e luta por uma vida melhor”.
Estiveram presentes Juliana Silva, António Filipe e Adelino Nunes. Juliana Silva membro da Comissão Concelhia de Ovar do PCP, foi responsável pela moderação do debate, enquanto que as intervenções iniciais estiveram a cargo de António Filipe, deputado do PCP à Assembleia da República, e membro do Comité Central do PCP e de Adelino Nunes, coordenador da União de Sindicatos de Aveiro e membro de Comité Central do PCP.
“Perante a consciência de que se vive uma situação complexa de saúde pública, este debate desenvolveu-se em torno da acção, das propostas e das soluções: para garantir as melhores soluções para a defesa da saúde pública; para mitigar as consequências económicas e sociais do surto epidémico; para encontrar soluções para acudir a problemas sociais prementes”, explica nota do PCP de Ovar.
A iniciativa também destacou as denúncias e evidenciou “a importância da defesa dos serviços públicos, designadamente dos transportes, dos CTT e em particular do Serviço Nacional de Saúde”. Neste debate, foram apresentados “sinais de inadaptação e fragilidade do SNS, entre outros servindo de exemplo, os encerramentos, sem compromisso de data reabertura, de vários pólos de saúde no concelho de Ovar”.
“Há quem veja no surto epidémico a oportunidade de justificar o aumento da exploração laboral e assim aumentar os seus lucros, agravando as desigualdades sociais o empobrecimento de vastas camadas da população da região”. Neste contexto, continua, “milhares de trabalhadores ficaram no desemprego, cerca de um milhão sentiram na pele o corte nos salários e os micro e pequenos empresários foram também penalizados”.
O PCP diz que que “são as multinacionais e grandes empresas do distrito de Aveiro, incluindo as do concelho de Ovar, com milhões de euros de lucro, que chantageiam os trabalhadores, apropriam-se de dinheiro público recorrendo nomeadamente ao lay-off. São as maiores empresas que beneficiam de milhões de euros de apoios públicos nos seus projectos, mas também são estas, e não as micro e pequenas empresas, as que mais recorrem ao lay-off”.
No debate, foram trazidos os exemplos da “Renault Cacia empresa que, forçou férias aos seus trabalhadores e posteriormente colocou-os em lay-off, o Grupo Simoldes – Plastic Division um dos maiores empregadores do concelho de Oliveira de Azeméis, que enviou os seus trabalhadores para casa, impondo férias ou recorrendo ao banco de horas, despediu os trabalhadores da empresa de trabalho temporário Kelly. Mas interessante foi o caso da empresa HFA, Henrique Fernando e Alves, S.A, em Águeda, que após a denúncia do PCP repôs o subsídio de refeição que tinham cortado aos trabalhadores que passaram a prestar o seu trabalho em regime de teletrabalho”.
Também outros sectores, trouxeram as suas preocupações e anseios, como foi o exemplo da cultura. “Estão centenas de trabalhadores nesta região, assim como, entidades das artes e da cultura, a passar por uma condição dramática e os avanços têm sido claramente insuficientes”.
Ficou expresso no final do debate, “nestes tempos difíceis de surto epidémico, tal como noutros tempos da maior adversidade o PCP esteve e está lá onde é necessário, na defesa dos interesses dos trabalhadores e do povo, na sua senda de construção de uma sociedade antagónica à que vivemos, diferente daquela onde tudo serve de pretexto para intensificar a exploração do homem pelo homem”.