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Sabia que o Carnaval em Ovar pode ter nascido 1897?

Os vareiros sempre foram propensos à folia e desde cedo o demonstraram.

Consultando jornais da época, constata-se que, as primeiras notícias de que há conhecimento sobre o carnaval em Ovar, relativas ao final do século XIX (1878), indicam a existência de um Carnaval de rua, protagonizado por alguns mascarados, e que era satírico e sujo, com recurso a seringas e jatos de água malcheirosa, e até a laranjas que eram atiradas pelos intervenientes.

Um pouco depois, em 1887, há registo nas bailes nas casas particulares e nos clubs; em 1893 efetuaram-se bailes no salão da rua do picoto, organizados por José Luís da Silva Cerveira, e na casa do Dr. Sobreira; em 1895, houve batalha de flores e bailes de salão organizados por Silva Cerveira, à Rua de S. Bartolomeu; entre 1899 e 1912, o Grémio Familiar levou a cabo diversos bailes; nos inícios da 1ª República, em 1911, deram-se bailes no salão da viúva Regueira, na Rua 31 de janeiro (antiga Rua do Picoto).

No Estado Novo, na década de 1930, realizaram-se bailes no salão da Secção Recreativa Aliança, na Assembleia do Furadouro, nos Irmãos Unidos, no Salão de Manuel Salvador, com o Baile da Pinhata, no salão da Fábrica Mercantil, na Casa Peixoto, e no teatro dos Bombeiros Voluntários.

Em Ovar, o Carnaval arranca com a folia pré-corsos organizados: À semelhança de outros municípios, o Carnaval de Ovar transferia-se para os bailes nos anos 30, “num dos salões da Casa Peixoto”, lê-se no estudo publicado no livro “Carnaval: história e identidade”, lançada pela editora de livros académicos Colibri em 2016. Só quando as salas começaram a rebentar pelas costuras de foliões é que os festejos retomaram à rua. O interregno deu-se com a Segunda Guerra, entre 1939 e 1945, e ganhou novamente impulso em 1952, refere o autor.

Em meados do Século XX, os bailes de máscaras em Ovar tornaram-se uma das principais manifestações do carnaval: grandes bailes no salão do Café progresso, no Cineteatro, nos Irmãos Unidos, nomeadamente; pequenos bailes em casas particulares, que sofriam “assaltos”; simples reuniões de família e de amigos em agremiações.

Não foi fácil encontrar especialistas que se dedicassem exclusivamente ao estudo da área, quer a nível nacional quer internacional. O perito explica as limitações. “É um tema que se presta mais ao entretenimento, sendo ainda escassos no nosso país os estudos que lhe são dedicados, não ultrapassando a dezena. E de entre estes, os carnavais mais bem estudados são os de Loulé, Torres Vedras e Trás os Montes. Grandes Carnavais, como os de Ovar, Sines e Sesimbra, entre outros, estão por estudar”, conclui o historiador Carlos Guardado da Silva lançou o desafio do estudo a vários especialistas, entre Dezembro de 2014 e Janeiro de 2015.

Fontes Consultadas

Monografia de Ovar de Alberto Sousa Lamy;
Dicionário da História de Ovar de Alberto Sousa Lamy;
Notícias Magazine
O Carnaval de Ovar”, de Guilherme Terra e Jorge Almeida e Pinho

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