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Desistart escolhe Paris para primeiro ‘showroom’ externo

A fabricante de tapeçarias Desistart, em Ovar, anunciou hoje que abrirá este verão em Paris o seu primeiro espaço de exposição permanente no estrangeiro, em resultado de um conjunto de investimentos recentes superior a 2,3 milhões de euros.

Henrique Ferreira, fundador e administrador da empresa hoje visitada pelo ministro da Economia, revela que esse showroom profissional será partilhado com “algumas das mais famosas marcas internacionais de artigos de luxo e equipamentos para a casa e decoração”, mas realça que a aposta numa localização em França se deve “ao dinamismo desse mercado”, sobretudo no que respeita à habitação de gama alta e ao setor hoteleiro.

“Estamos agora em condições de competir no segmento internacional do luxo”, afirmou o empresário.

A estratégia de internacionalização da marca também passará, contudo, por Londres, onde o empresário se propõe reforçar os contactos personalizados com prescritores, arquitectos, designers de interiores e líderes de opinião das áreas de “homeware”, hotelaria e turismo.

“Apesar do ‘Brexit’, o Reino Unido é um mercado atractivo e com um efeito multiplicador relevante”, defende Henrique Ferreira.

O objectivo da Desistart é que, até final do ano, o seu mercado possa aumentar de 12 para 18 países, assegurando às exportações da marca – que em 2016 representaram 1,2 milhões de euros e mais de dois terços da facturação global da empresa – um crescimento de 25% ainda no exercício de 2017.

Às actuais vendas para Espanha, Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Suíça, Inglaterra, Suécia, Angola, Itália, Canadá e Áustria a empresa quer assim acrescentar as destinadas a países como a Rússia, Estados Unidos da América, Emirados Árabes Unidos, Dinamarca, Colômbia e Singapura.

Até ao final de 2018, a intenção é que as exportações passem a representar cerca de 90% do volume de negócios total da Desistart, que pretende ultrapassar os dois milhões de euros de facturação em 2020.

Essa estratégia surge no âmbito de um programa de investimento superior a 2,3 milhões de euros que foi concluído em 2016 com recursos a fundos do Portugal 2020 e visou a modernização, a expansão e o apetrechamento tecnológico daquela que Henrique Ferreira descreve como “uma das fábricas de tapeçaria mais avançadas do mundo”.

O aumento da capacidade produtiva da Desistart obrigou, aliás, a que a unidade se transferisse há cerca de seis meses da freguesia de S. Félix da Marinha, no concelho de Vila Nova de Gaia, para Cortegaça, no de Ovar.

A mudança assegurou à fábrica “mais de 2.000 metros quadrados de superfície coberta”, sendo que do aumento da sua capacidade produtiva resultou a necessidade de reforçar a estrutura de pessoal da casa, que cresceu de 21 para 33 funcionários.

A marca já se destacava por tapeçarias fabricadas segundo técnicas tradicionais de tufar (processo internacionalmente reconhecido como “hand tufted”), mas quatro teares semiautomáticos entretanto adquiridos reforçam agora a produção de tapetes de nós manuais (“hand knotted”), o que “aumenta a oferta da empresa num nicho de mercado de mais valor acrescentado e prestígio”.

A aposta na inovação permitida pelos recentes investimentos da Desistart estendeu-se ainda a uma parceria criativa com a estilista Katty Xiomara, que para efeitos solidários concebeu um tapete para a marca e com as suas tapeçarias criou também vestuário já apresentado na Semana de Moda de Nova Iorque e na edição do Porto do Portugal Fashion.

“Resultados fantásticos”
Durante a visita à fábrica, que teve por objectivo verificar precisamente o resultado de recentes investimentos naquela unidade para reforço da capacidade produtiva, o Ministro da Economia, Manuel Caldeira Cabral, comentou as vendas externas em março de 2017, quando o défice da balança comercial portuguesa foi de 821 milhões de euros, o que se traduziu num decréscimo de 241 milhões face ao período homólogo de 2016.

Já no que se refere ao conjunto do primeiro trimestre de 2017, as exportações registaram um aumento de 17% face às dos últimos três meses de 2016. No que respeita a março, o aumento foi de 23,9% face ao mesmo mês de 2016.

“São resultados fantásticos e devem-se a empresas de pequena e média dimensão como a Desistart, que está a investir, já teve um crescimento forte de exportações, tem a ambição de as multiplicar por 2,5 vezes nos próximos anos e está a contratar pessoas”, declarou o ministro.

“Os resultados são excepcionais”, insiste o governante, realçando que 23,9% é o melhor desempenho das exportações nacionais “desde pelo menos 2010”.

Para Manuel Caldeira Cabral, essa performance demonstra “que os empresários portugueses estão a conseguir penetrar nos mercados externos, que os esforços que o Governo tem feito no sentido de abrir novos mercados estão a resultar e que as empresas portuguesas estão a ser competitivas – pela inovação e pela melhoria dos seus processos produtivos”.

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