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PS, PSD e Chega apoiam petição pela integração de Ovar na ULS da Feira

A petição “Ovar: Urgências para Aveiro Não!”, que pretende travar a referenciação dos munícipes vareiros para a futura Unidade Local de Saúde (ULS) de Aveiro, obteve apoio “unânime” dos deputados do PS, PSD e Chega.

Essa posição foi assumida pelos três partidos que esta quinta-feira compareceram à audição parlamentar da comissão da saúde, face aos argumentos do abaixo-assinado dinamizado pela estrutura cívica e política Movimento 2030. Com mais de 1.800 subscritores, a petição opõe-se à intenção do Governo de referenciar os utentes de Ovar para Aveiro e apela a que a população permaneça na área de influência da anunciada ULS de Santa Maria da Feira, em cujo Hospital São Sebastião a comunidade já vem sendo tratada há décadas.

O fundador do Movimento 2030 e primeiro subscritor da petição, Henrique Araújo, recordou todos os argumentos contra a mudança para Aveiro, apontando como o principal a maior distância envolvida, com o que isso acarreta de custos, dificuldades de transporte e demora no acesso a cuidados urgentes.

Esse responsável acrescentou que, na preferência pela Feira, pesa também a população móvel de Ovar, já que, embora com apenas cerca de 55.000 habitantes residentes, o concelho “tem particularidades que multiplicam muito” essa população, dada a flutuação de pessoas que diariamente acedem ao territórios para acesso a densas zonas industriais, vários quilómetros de praias, áreas florestais com parques e passadiços, e eventos como o Carnaval de Ovar, que é o segundo maior do distrito.

O deputado do PS, Hugo Oliveira, mostrou-se favorável à pretensão dos peticionários, justificando-a com aspetos como a própria atividade dos hospitais em causa, já que na unidade de Aveiro os utentes de Ovar só representam 0,5% da produção cirúrgica total, enquanto na da Feira constituem 15% das cirurgias.

Esse parlamentar admitiu concordar com o princípio da liberdade de escolha que o Governo defende no acesso a serviços de saúde, mas realçou: a referenciação formal a uma ULS ou outra “tem que ser pensada porque implica a afetação de recursos logo à partida”.

Carla Madeira, do PSD, lamentou que o grupo parlamentar do PS não tenha tido a mesma postura quando o governo socialista “fechou a urgência do hospital de Ovar e encerrou a unidade de saúde de Maceda e Arada”. A deputada espera agora que quem “colocou em marcha a maior operação de sempre de esvaziamento de serviços de saúde em Ovar possa ter um rebate de consciência e reverter esta decisão” da prevista referenciação dos utentes vareiros para a ULS de Aveiro.

Pedro Frazão, do Chega, também se mostrou favorável a que Ovar continue sobre a alçada clínica da Feira e, pedindo mais detalhes sobre o plano de negócios relativo à ULS de Aveiro, criticou o facto de o Governo admitir a integração dos utentes vareiros nessa nova estrutura, mas não incluir nos respetivos estudos e negociações nenhum representante das estruturas de saúde locais.

Como eleitos da Assembleia Municipal de Ovar, também intervieram na audição parlamentar Arnaldo Oliveira, do Movimento 2030, e Pedro Camelo Almeida, eleito pelo CDS-PP, mas agora desvinculado do partido. Ambos alertaram para o facto de, embora a decisão pela ULS de Aveiro ou pela ULS da Feira ainda não estar formalmente tomada, os serviços telefónicos do 112 e da Linha SNS 24 já estarem a encaminhar utentes para Aveiro.

 

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