Cultura

“Uma Vida Sublime” é agora memória da voz de Pedro Barroso

Calou-se a voz poderosa de Pedro Barroso, o poeta de canções, como gostava de dizer.
Aos 69 anos, após doença prolongada, desaparece este cantautor com uma vida preenchida enquanto músico de intervenção, defensor firme dos direitos dos autores e paradoxalmente professor.
Foi docente de educação física, mas também chegou a trabalhar na área da Saúde Mental e Musicoterapia, tendo sido pioneiro no ensino de crianças surdas-mudas.
A sua música marcou gerações e o realizador Luís Diogo, também ele professor, escolheu a canção “Balada do Desespero” de Pedro Barroso para abrir o seu último filme “Uma Vida Sublime”.
Luís Diogo acaba de publicar nas redes sociais que esta foi a canção que mais influenciou a sua vida.
O sucesso internacional do filme levou Pedro Barroso a publicar em tempos, o seguinte texto:

“Não sendo nenhum feito recente nem nenhuma glória que mude a minha vida, é agradável saber que o filme mais premiado de sempre do cinema português usa um tema meu. Com efeito, quase esquecida nos tempos, a “Balada do desespero” ilustra os primeiros minutos do filme “Uma vida sublime”, de Luís Diogo. 34 prémios em Festivais, até ver. Nada mau. E o tema encaixa como uma luva. Ainda vou parar a Hollywood.”

Efectivamente é toda a balada que abre de forma inabitual o filme de Luís Diogo, numa homenagem que o realizador quis fazer a esta música e ao seu autor.

Tendo passado pela rádio, pelo teatro, pela pintura e literatura, Pedro Barroso com 19 anos revela-se no programa televisivo “Zip-Zip” da RTP. Ali actuou acompanhado por Pedro Caldeira Cabral na guitarra portuguesa e Pedro Alvim à viola.
Opositor ao Estado Novo, viria a participar nas Campanhas de Dinamização Cultural do Movimento das Forças Armadas (MFA), dando concertos por todo o país.
Barroso gravou mais de duas dezenas de álbuns, EP, singles e coletâneas, num percurso iniciado em 1970. Percorrendo várias vezes o país em sucessivos concertos, muitos deles nas maiores e mais emblemáticas salas de espetáculo portuguesas, Pedro Barroso atuou igualmente em inúmeros países no estrangeiro, encantando salas de concerto e estúdios de rádio e televisão.
Tendo sido distinguido com a Medalha de Honra da Sociedade Portuguesa de Autores (SPA), a sua voz marcante e a força emotiva da sua poesia canção moram pelas páginas e pelas gravações de uma vida que soube encher de emoção.

Pedro Barroso mora também na “Balada do Desespero” do filme de Luís Diogo, diabolando pelo mundo onde este filme tem marcado a força da criação autoral portuguesa.
“Uma Vida sublime” foi coproduzido pelo Cine Clube de Avanca e a Filmógrafo.

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