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Bombeiros Voluntários de Ovar respondem aos desafios da água, floresta e indústria

 

Começam a festejar hoje 118 anos de vida e para fazer face aos desafios do mar, Ria, floresta e indústria, os Bombeiros Voluntários reconverteram-se.

A Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ovar (AHBVO) começa hoje a celebrar 118 anos de vida com um simulacro na Zona Industrial de Ovar em que vai colocar à prova a nova VECI – Veículo Especial de Combate a Incêndios.

“Vamos ter a colaboração da Protecção Civil Municipal e Distrital num exercício com alguma envergadura, pois vai envolver as corporações de Ovar, Esmoriz e Santa Maria da Feira”, revela Dinocrato Formigal, presidente da Direcção dos Bombeiros Voluntários de Ovar.

Hoje, será recriado um incêndio na zona florestal circundante que se propagará às empresas Alcobre e Flex 2000. “Trata-se de uma zona crítica e vamos procurar sensibilizar os industriais para a necessidade de que se reveste a interligação com os bombeiros”, adianta o dirigente.

Os bombeiros ovarenses vão aproveitar para estrear uma viatura. Uma espécie de prenda que oferecem a si próprios. Dinocrato Formigal justifica que a renovação do parque de viaturas tem sido feito de forma cautelosa. “Uma viatura de combate a fogos florestais tem uma época relativamente curta do ano em que está em acção e, em contrapartida, é muito cara”.

Os soldados da paz de Ovar têm procurado adaptar as viaturas para que tenham um período de acção mais alargado: “Sirvam no verão, mas também no resto do ano e nos fogos industriais, urbanos, etc”, explica.
Nesta linha, ao longo dos últimos anos, a AHBVO reconverteu 4 viaturas de fogo, mantendo a chamada Veículo Especial de Combate a Incêndios – VECI, mas adaptando~-a para fogos industriais, pois tem grande capacidade de água, espuma e um depósito de pó químico, entre outros equipamentos. “Tinha, no entanto, um chassis antigo, com 34 anos, que tinha sido adquirido há 18, em segunda mão”. Dinocrato Formigal recorda que “a nossa zona industrial exige um veículo de intervenção com outra capacidade e surgiu-nos a possibilidade de efectuar a troca do chassis”. Ora, uma viatura nova para este fim, custaria quase 90 mil euros, “mas seria um investimento muito forte e não temos possibilidades para isso”.

Um veículo novo com zero quilómetros, com as características necessárias, estava na fábrica Jacinto, pronta para ir para a China, mas que acabou por não ir. Era a oportunidade que a AHBVO aguardava e adquiriu esse chassis por 40 mil euros”. Com as transformações que ainda vão ser necessárias, “deveremos gastar 75 mil euros”. Para o efeito, e atendendo a esta aquisição, a Câmara Municipal reforçou o apoio anual aos bombeiros e comparticipa em 25 mil euros. “Fizemos ainda algumas campanhas de rua e junto de industriais e podemos dizer que o carro estará operacional no simulacro. “Neste momento, já só nos falta pagar 20 mil euros”, observa.
A AHBVO tinha uma outra viatura que também reconverteu para carro de combate a fogos florestais, com uma capacidade de 1.500 litros de água e que pode, no Inverno, levar outros equipamentos e ter outro uso.

A transformação desta custou 14.600 euros, mas após alienar outra viatura por 14.500 euros, “falta-nos apenas repor 100 euros para quitar as contas”, salienta Formigal.

Salvamentos na Ria

O quartel tem ainda um novo barco, resultante de um protocolo assinado com o Serviço Nacional de Bombeiros – SNB. Dinocrato Formigal destaca o “excelente relacionamento” que a corporação ovarense mantém com o Capitão do Porto de Aveiro. “Ele é de opinião que temos que começar a pensar a sério em equipamento de intervenção e salvamento aquáticos”. No quartel vareiro, estão duas motos de água e um barco semi-rígido que normalmente actuam no socorro a náufragos.

Sucede que, devido às condições nos níveis das marés na Ria, há horas do dia em que o barco não consegue entrar na água. “Houve alturas em que tivemos que ir quase até à Torreira para o colocar em água”, regere, destacando a acção do capitão do Porto de Aveiro que “nos arranjou um bote de borracha com um calado mais baixo para poder andar nas águas baixas da Ria”.

Com o mau tempo e a destruição que o mar provocou no Furadouro, a AHBVO perdeu o seu posto, também destruído pela fúria das águas. “Mais uma vez, foi ele que sabendo da nossa situação, se lembrou que o Porto de Aveiro tem uma casa localizada na frente de mar do Furadouro e se a Câmara Municipal e os Bombeiros quiserem, ou ambos, fazer as obras necessárias, podemos instalar-nos lá”. Dinocrato Formigal diz que seria uma óptima escolha, pois “é muito próxima da praia e ficaríamos ali com os meios mesmo muito perto e poderia servir ainda para outro problema importantíssimo que agora se coloca com cada vez maior acuidade: Nas situações complicadas no Inverno, ficaríamos ali com instalações”. Muitas vezes, acrescenta o presidente, “somos alertados para situações de mau tempo no Furadouro, e vamos de Ovar para lá e chegamos, muitas vezes, já tarde”.

“Se ali estivéssemos em permanência com instalações condignas, poderíamos fazer um outro tipo de trabalho de prevenção mais eficaz com um piquete em permanência”. A AHBVO vai reunir com a Edilidade para averiguar dessa possibilidade.

Profissionalizar é preciso

Se o parque de viaturas da corporação está suficientemente bem servida em quantidade e qualidade para os próximos anos, há um caminho no sentido da crescente profissionalização que é preciso percorrer.
Até ao mês de Outubro, “vamos pedir à Câmara Municipal para rever o protocolo que tem com os bombeiros e no mínimo vamos precisar de comparticipação para ter dois ou três motoristas de pesados no quartel a tempo inteiro”. O presidente da direcção da AHBVO não se importa de prescindir do apoio para investimentos em viaturas. Saudavelmente, justifica, “a Protecção Civil tem solicitado muito mais serviço de veículos pesados dos bombeiros, em diversos pontos do concelho, e para podermos ter os nossos carros de socorro sempre prontos, a nossa preocupação é ter quem os conduza”, justifica. Os bombeiros já estão a subsidiar vários elementos para tirarem carta de condução de pesados. “Estamos a fazer este sacrifício porque é muito importante acautelar essa situação. Nos piquetes nocturnos temos dois voluntários com carta de pesados, mas um incêndio não tem hora e temos que ter cuidado nesse aspecto”, alerta.

(ler mais in Dário de Aveiro)

 

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