
Eu, que sou impulsivo, esperei pela publicação do acordo PSD | Agir para me pronunciar sobre o futuro de Ovar.
Os grandes opositores e comentadores do burgo não esperaram.
E leram-se verdadeiras barbaridades com leituras feitas nos olhos de aparelhos partidários enviesadas por uma estrutura que os não pratica.
Lígia Pode e o AGIR demonstram muito mais sentido de responsabilidade e de gestão que as oposições todas juntas.
Factos:
O vencedor das eleições autárquicas para a Camara Municipal e para a Assembleia Municipal foi o PPD/PSD, embora apenas com maioria simples.
O AGIR foi terceiro ficando impedido de concretizar as suas promessas eleitorais.
Dos dois caminhos, entre ser oposição sem capacidade de negociar o seu programa ou ser parte da solução conseguindo aplicar algumas das suas ideias, o AGIR optou pela segunda via, num acordo bastante pragmático e exaustivo nas regras, direitos e deveres.
Pelo menos 30 das suas 90 medidas estão consagradas, e todas as outras possíveis de o ser.
Todos se apresentaram a eleições para governar o concelho. O PSD e o AGIR estão a cumprir.
Mas isto não é do interesse de todos. Apenas é do interesse do povo.
O Partido Socialista, recentemente reforçado pelo dissidente do CDS, Fernando Camelo de Almeida, mostrou o primeiro sinal de geringonça (a aliança contra o vencedor) logo na proposta de lista à assembleia municipal, com a infantilidade, natural, de alguns eleitos pelo AGIR. Dado o mote. O PS quer boicotar a governação e manter o tom de protesto e não de contributo. E o PS foi dos que se pôs a adivinhar e a tecer considerações sobre o que não sabia.
É verdade que a atitude cacique de Jaime MilHomens movimentando-se a tentar salvar a pele junto do movimento que criou e de onde foi corrido, (vá-se lá saber porquê…) também contou para a decisão do Partido Socialista, unidos pelo ódio ao PSD).
O recém-chegado Chega emitiu uns comunicados (com tiques de coração vareiro), assentes em nada, mas carregados de teoria da conspiração. Este deitar o sistema abaixo não é segredo para ninguém. Esperava mais de um jovem a marcar interesse por Ovar e menos por André Ventura.
O Movimento 2030, que foi quem melhor estratégia de marketing político aplicou na campanha, saiu perdedor do escrutínio. Fez realçar o fator dissidente do PSD de Henrique Araújo, e de eventual sede de vingança, e deixou-se levar pela associação negativa. Anda agora entretido, juntamente com os seus caciques a atacar o AGIR e Lígia Pode, com muito mais conteúdo do que aquele que usou para a sua candidatura.
O povo saberá, melhor que ninguém, avaliar no final a prestação de cada um.
Restam os arautos do Facebook. Com mais ou menos humor, mas com muito pouco amor pela sua terra, muitos deambularam em narrativas assustadoras, de que certamente não vão retratar-se, porque não são protagonistas da política são apenas pessoas desocupadas. Quase todos com ligações ou paixões às oposições, são nas redes sociais instigadores e sem mais nenhum outro papel.
Mas nem tudo são Rosas. O agir mostrou pouca união e liderança (afinal não é como sempre disse não ser, uma estrutura partidária) e permitiu cisões.
Tal é evidente, quer pelo discurso de Daniela Patarena na Assembleia, quer pelas decisões dos candidatos de Maceda e de Esmoriz, que há dissidentes da grande corrente AGIR. Esses perderam oportunidade de contribuir com ideias e programas e vão apenas exercer contrapoder. Presumo que a tempo desaparecerão de cena, pelo vazio das suas intervenções.
Quem os tenta manietar num jogo de influências antigo, de ressabiamento político e pessoal, não terá nada a perder uma vez que nunca deu a cara, não foi candidato a nada… (estará impedido?)
Uma nota final. Diz-se que Lígia Pode se terá abstido na sua eleição ou nomeação para vereadora da Câmara Municipal, deixando nas mãos de Domingos Silva o seu voto de qualidade. Fraqueza? Claro que é apenas a defesa do princípio de não tomar posição em causa própria, de elevada estatura. Mas é também um sinal de que o seu papel de vereadora não se deixará contaminar com o seu outro desígnio de ser empresária.
Uso para fecho a assinatura do AGIR nesta campanha eleitoral que acho devia ser a de todos pelo menos até 2029: Pelo Desenvolvimento da Nossa Terra!
Paulo Santos
Pós Graduado em Marketing Politico, Democrata Cristão e assessor de comunicação, residente no Furadouro.



