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A carta do gerente Miguel B. a pedir a intervenção da PIDE

É bem conhecido que, durante o Estado Novo, a PIDE (Polícia Internacional e de Defesa do Estado, a polícia política do regime), serviu-se de vários mecanismos de repressão para perseguir opositores e limitar a liberdade de expressão. No entanto, essa não foi a única forma de relacionamento com o povo português. Os registos demonstram casos de delação e outras interações com a PIDE por parte de cidadãos comuns, muitas vezes (mas não sempre) instrumentalizando-a para cumprir interesses pessoais ou satisfazer necessidades básicas do dia-a-dia.
Duncan Simpson, investigador britânico do Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa, mergulhou nos arquivos e encontrou 603 cartas de denúncia, 493 cartas de candidatura e 16 pedidos à PIDE. No livro “Tenho o Prazer de Informar o Sr. Director… — Cartas de Portugueses à PIDE (1958-1968)”, editado pela BookBuilders e lançado este mês, revela o que dizem essas missivas e de que forma os portugueses se serviram da PIDE.



